Branda de Santo António de Vale de Poldros candidata às “7 Maravilhas de Portugal”
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Entre 21 e 31 de março, um painel de 49 especialistas, 7 de cada uma das 7 regiões, vota para escolher as 49 pré-finalistas. Estas serão reveladas a 7 de abril, após validação do conselho científico, começando a fase de promoção e campanha de votação dos promotores das candidaturas.
A votação seguinte, apenas por chamada telefónica, decorre entre 3 de julho e 20 de agosto. Cada categoria está em votação durante uma semana. Todos os domingos, a partir de 9 de julho, a RTP vai transmitir uma gala dedicada a cada uma das sete categorias.
Com as “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias”, a organização pretende mostrar um Portugal renovado que se afirma com valores de proximidade, simplicidade, autenticidade e tudo o mais que é criado por pessoas e para pessoas. A ideia é fazer das aldeias do passado algo valioso para o futuro de Portugal.
A Branda de Santo António de Vale de Poldros é um conjunto arquitetónico de inestimável valor patrimonial, constituindo um ótimo exemplo de povoamento de transumância: povoados de montanha para onde os vigias (brandeiros) levavam o gado durante os meses de verão, descendo novamente às suas povoações de origem, as inverneiras, a partir de Setembro.
Durante esse período de veraneio, brandeiros e gado abrigavam-se nas chamadas cardenhas, estruturas pequenas e aparentemente toscas construídas em alvenaria de granito e belíssimas falsas cúpulas de lajes graníticas que subsistem ao longo do tempo.
Nas últimas décadas, estas atividades agrícolas e pastoris foram perdendo importância e, com as novas gerações, praticamente abandonadas. Em paralelo, as construções em Santo António de Vale de Poldros foram sendo transformadas em segundas habitações, de lazer e de férias.
Apesar disso, o grande valor patrimonial deste núcleo de povoamento e de muitas das suas construções permanece intacto, revelando-se de grande importância sob o ponto de vista cultural e social e assumindo-se como alavanca turística em zonas de montanha.
Nos dias que correm, as cardenhas deixaram de recolher os pastores ou o gado, contudo, a sua dispersão pela branda releva aspetos ancestrais de ruralidade numa paisagem única de muitos encantos que constitui indubitavelmente uma das maravilhas de Portugal.