Cerveira critica “grosseiras anomalias” e exige à Águas do Alto Minho cumprimento integral do contrato
Em comunicado, a autarquia explicou que a exigência de Fernando Nogueira foi aprovada, por unanimidade, em reunião camarária, onde foi analisado o “conturbado” início da atividade da empresa e criticadas “as grosseiras anomalias verificadas na faturação de janeiro e fevereiro”.
O autarca de Vila Nova de Cerveira revelou que a constituição da AdAM ficou a dever-se a “uma vontade” do Governo e ao “condicionamento” que o município sentia “no acesso a fundos comunitários para obras de beneficiação e ampliação das degradadas redes de abastecimento de água e saneamento”.
“Entre 2016 e 2017, a Câmara de Vila Nova de Cerveira viu seis candidaturas não aprovadas ao POSEUR [Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos], de cerca de 3,5 milhões de euros, alegadamente, por não cumprir com os requisitos posteriormente assegurados com a agregação”, especificou o autarca, citado na nota enviada à imprensa.
“Com a recente adesão às Águas do Alto Minho, esses projetos, e outros, entretanto formulados, tiveram luz verde, com o município de Vila Nova de Cerveira a garantir um investimento já em execução superior a seis milhões de euros para a ampliação e remodelação das redes de saneamento básico, implementação do sistema de águas residuais domésticas, reforço da rede de água em baixa às freguesias do interior e remodelação da rede de abastecimento de água”, reforça a nota.
Além destas empreitadas já aprovadas, Fernando Nogueira alertou que “ainda serão necessários avultados investimentos a médio prazo (na ordem dos quatro a cinco milhões de euros) para alcançar a adequada sustentabilidade e boa gestão e qualidade do serviço a prestar no abastecimento de água domiciliária no concelho de Vila Nova de Cerveira”.
Fernando Nogueira apontou “à substituição de contadores (alguns já de muita difícil leitura), implementação dos serviços de telegestão do sistema, controlo de perdas que atualmente rondarão mais de 50% da água captada, manutenção e substituição das redes que vão ficando progressivamente mais degradadas, telemetria para a gestão administrativa e automatização dos sistemas de desinfeção e de controlo paramétrico da água (nomeadamente cloro e Ph), sendo, por exemplo, necessário dotar todos os reservatórios com ligação à rede de energia elétrica”.
Na quarta-feira, o presidente do conselho de administração da AdAM, Carlos Martins, apontou para o final de maio a correção dos erros de faturação que afetaram 15 mil dos 107 mil consumidores da empresa, garantindo que “ninguém sairá prejudicado”.
O presidente, não executivo, do conselho de administração da AdAM pediu desculpa aos 15 mil clientes da empresa que foram afetados por erros na faturação dos meses de janeiro e fevereiro, fez questão de “deixar bem claro” que “ninguém sairá prejudicado” e que “a fatura de março só será emitida quando estiver garantida a resolução dos problemas que acabaram por estar na origem dos erros que já foram identificados”.