“Crise prolongada e dolorosa” vai atingir o turismo no Minho
A Associação de Profissionais de Turismo do Minho (APROTURM) alertou para uma “crise prolongada e dolorosa”, com base num estudo sobre o impacto da covid-19 no setor na região. “A manter-se o estado atual de ausência efetiva de foco, por parte das entidades oficiais nacionais, regionais e municipais de turismo no relançamento da atividade e do redesenhar de novas abordagens ao relançamento do setor, completamente parado, receia-se uma crise prolongada e dolorosa na região”, destacou a APROTURM em comunicado.
O organismo evocou uma consulta que promoveu entre 03 e 13 de maio e as conclusões de um fórum realizado entre 23 de março e 07 de maio, revelando que “a análise dos resultados do inquérito vêm demonstrar a evidência de um setor frágil, constituído por micro e pequenas empresas dominantemente com menos de cinco trabalhadores”. A APROTURM lamentou ainda que “até à data não tenham sido realizadas reuniões de emergência por parte dos Conselhos Consultivos Municipais de Turismo para analisar a situação do setor ao nível de cada concelho da região do Minho”.
A entidade criticou, por outro lado, a “ausência de informação e dados reais sobre o estado do tecido empresarial do turismo na região”. “A APROTURM, receia que, no momento do ‘redespertar’ para o relançamento da atividade, os profissionais do turismo se tenham desviado do setor, perdendo-se capacidade regional”, acrescentou.
Segundo a associação, “atualmente muitos dos profissionais estão a confrontar-se com o encerramento de unidades de alojamento, de restauração, de animação turística e agências de viagens, gerando uma mais frágil oferta de serviço e produto turístico na região”.
A associação de profissionais de turismo elogiou, no entanto, o “esforço” do Presidente da República e do Governo para “manter Portugal e o Minho numa caminhada prudente de desconfinamento e de reconquista da confiança”.
Como soluções resultantes do estudo realizado, a APROTURM defende uma “operação integrada de desenvolvimento” para o turismo da região do Minho, com meios para apoiar o efetivo reerguer do tecido empresarial, da empregabilidade e capaz de apoiar o desenvolvimento de uma estratégia de relançamento do setor.
O organismo pede ainda que se faça “uma caracterização urgente do tecido empresarial”, reclama “a realização de reuniões, com caráter de urgência, dos Conselhos Consultivos de Turismo Municipais” e o desenvolvimento de “um verdadeiro e estratégico programa de fomento da empregabilidade” no setor.
A APROTURM quer também “apoiar a capacitação das estruturas associativas empresariais e profissionais para que possam contribuir para o relançamento do setor no acompanhamento das empresas ainda em funcionamento”.
O comunicado realça, também, a necessidade de “criar viveiros de microempresas para o setor do turismo, como forma de renovar e substituir as empresas que encerrarão a sua atividade”.