Agenda de Inovação quer mostrar como “os vianenses fazem parte de uma grande orquestra afinada”
A Agenda de Inovação de Viana do Castelo, documento estratégico para o desenvolvimento do concelho na próxima década, já recebeu cerca de 1000 participações da população com sugestões e ideias, um número que “excedeu as expectativas da autarquia”. A Câmara de Viana vai agora abordar esses contributos em seis fóruns temáticos e, em abril, quer apresentar a primeira versão do documento para discussão pública e discussão política na Assembleia Municipal. Idalina Casal O objetivo da Agenda de Inovação é dar coerência e interligar grandes investimentos que estão assegurados e ainda identificar e projetar novos investimentos, no Quadro de Inovação e Desenvolvimento Sustentado. Assim, pensou-se num documento abrangente e aberto à participação de todos, entre técnicos, especialistas, cidadãos e instituições.
A autarquia de Viana do Castelo enviou, então, para a casa dos munícipes um inquérito em formato infomail/ RSF para que se pronunciassem sobre os aspetos que consideram relevantes ser incluídos na Agenda de Inovação que já tinha como eixos principais a aposta na qualificação dos recursos humanos, economia do mar, reindustrialização com empresas de tecnologias de informação, a coesão social e territorial e Educação, Identidade e Cultura. O exercício de reflexão dos vianenses sobre o que pretendem ver implementado no concelho nos próximos anos resultou em cerca de 1000 participações dos inquéritos escritos ou através da internet. O presidente da Câmara mostrou-se grato pela participação dos vianenses e garantiu que esse contributo vai valer a pena. “Mediante essa participação identificamos seis áreas que vamos abordar em fóruns temáticos: turismo, juventude (acesso ao ensino, emprego, habitação), inovação social, cultura, educação, desporto”, explicou José Maria Costa, adiantando que a economia do mar também vai ser incluída, havendo a possibilidade da vinda a Viana de António Costa e Silva para dar o seu contributo nessa área.
A pandemia obrigou à reformulação da metodologia na elaboração da Agenda que tem agora, segundo o autarca, três instrumentos importantes a ter em atenção: a resolução do Conselho de Ministros sobre o Portugal 2030, o Plano de Recuperação e Resiliência e o Programa Norte 2030. “Ou seja, temos neste momento um exercício de reflexão muito contextualizado e de metodologia participativa com os interesses e visões dos vianenses e temos as orientações regionais, nacionais e europeias. É desta concertação de visões que vamos alicerçar a Agenda de Inovação que queremos que seja um documento com ambição para os próximos 10 anos”, especificou, reforçando a importância de que este documento tenha uma validação política na Assembleia Municipal. “É importante que o que sai da cidadania pública seja objeto de acompanhamento e validação política visto que será um instrumento que ajudará a validar futuros projetos, candidaturas e eixos de desenvolvimento do concelho”, sustentou.
“Ninguém vai poder deixar de ter em conta este instrumento de reflexão” Apesar disso, a Agenda de Inovação não será um documento vinculativo para futuros executivos municipais. “Qualquer estratégia pode ser ou não utilizada pelos órgãos políticos, há sempre essa liberdade. Mas nós entendemos que, neste momento histórico do país e UE, temos oportunidades únicas de desenvolvimento para o futuro e é fundamental a construção da nossa visão e preparação dos próximos investimentos. Qualquer possibilidade de podermos antecipar um debate político de definição de estratégia para que não percamos os instrumentos essenciais para o nosso futuro temos que o fazer. Por isso, este exercício está a ser o mais alargado possível para que tenha uma base de representação que reúna a visão do comum cidadão e das instituições, mas também no debate politico que seja vivo e construtivo na Câmara e Assembleia. Portanto, qualquer que seja a orientação política que venha a acontecer no futuro, ninguém vai poder deixar de ter em conta este instrumento de reflexão porque resulta de um debate aberto, que não tem cartas marcadas ou viciadas, e está alicerçado num debate politico com todas as forças políticas com representação na Assembleia Municipal. Não podemos perder o futuro”, defendeu José Maria Costa.
“Espero que seja um documento vivo e que não fique nas estantes” Custódio Oliveira, da equipa de trabalho que está encarregue pela Agenda de Inovação, admitiu ter ficado surpreendido com a inovação existente relativamente aos conceitos científicos e de gestão que encontrou na Câmara de Viana do Castelo. E enalteceu a metodologia participativa implementada para ouvir os vianenses. “Muitas vezes isso vale mais do que o resultado final. Isso vai no sentido em que os vianenses façam parte de uma grande orquestra afinada para o que consideram ser o desenvolvimento e qualidade de vida”, frisou. O responsável adiantou que o grupo de trabalho está ainda a receber inquéritos online e em papel.