Extracção de caulino ampliada no vale do Neiva
Em causa está o projeto de fusão e ampliação das concessões mineiras de Bouça da Galheta, na freguesia de Fragoso, concelho de Barcelos, distrito de Braga, e Alvarães, União de Freguesias de Barroselas e Carvoeiro, Vila de Punhe, no concelho de Viana do Castelo. O processo de consulta pública está a decorrer até 21 de fevereiro. Os movimentos cívicos SOS Serra d’Arga e Terras do Cávado referem que o projeto de extração de caulino abrange “um núcleo de exploração com uma área de 110,9 hectares”.
“Segundo o processo agora em consulta pública, as explorações mineiras, concessionadas em 1994 e 1995 por uma duração de 70 anos, pretendem aumentar a área de exploração em 24,3 hectares. Alertamos para o facto de ficarem a 358 metros da povoação de Alvas, a 625 metros de Ponte, 675 metros de Regos e a 1.131 metros de Alvarães, perspetivando-se a circulação de 47 camiões de 25 toneladas por dia, durante 312 dias por ano”, referem no documento.
Carlos Seixas adiantou ser “importante perceber qual a posição da Junta de Freguesia de Alvarães e da Câmara de Viana do Castelo, bem como da Junta de Freguesia de Bouça da Galheta e da Câmara de Barcelos”. “Só nestes dois concelhos já há mais 12 minas de extração de caulinos. O impacto que já há será aumentado com esta fusão e ampliação. Estamos a falar de mais 24 hectares de mineração”, destacou.
Carlos Seixas adiantou que o movimento SOS Serra D’Arga irá pronunciar-se sobre o novo projeto de mineração. “Ainda estamos a analisar o projeto que é enorme, mas pelo que já percebemos há uma ampliação de 24 hectares e há, obviamente, um aumento de tráfego de veículos pesados naquela zona. Haverá poeiras, barulhos, infiltrações ainda não sabemos, mas haverá muito impacto, especialmente, na zona em que é”, referiu.
“Pelo que vimos no projeto o tempo de vida desta mina vai ser de 41 anos. Há impactos que nos parecem grandes, vamos ver como é que a população e as autarquias se vão situar em relação a esta consulta pública”, referiu. Os movimentos cívicos pedem “a toda a população, empresas e associações locais que se sintam afetadas por esta ampliação que façam a pronúncia nesta consulta pública, até porque, convém recordar, há 12 minas de caulino nestas mesmas freguesias”, sustenta o documento conjunto.