Bárbara vai pedalar até Santiago para apoiar escola de cães-guia
Bárbara Pereira vai pedalar o Caminho Português da Costa até Santiago de Compostela numa bicicleta tandem com o marido Ricardo para apoiar a Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual – Escola de Cães-guia (ABAADV). Como está prestes a receber o seu cão-guia, Bárbara decidiu contribuir para que outros cegos possam receber um cão-guia o mais cedo possível. A iniciativa pretende angariar 6500 euros e reverte para a instituição localizada em Mortágua, no distrito de Viseu.
“Sempre tive uma vida ativa e a prática desportiva ajudou-me a continuar o meu percurso. Por isso tive a ideia de criar esta iniciativa, para ajudar quem como eu precisa de apoio para continuar a ser mais autónomo”, justifica Bárbara que ficou cega em 2017. “A minha deficiência não me impôs limites. A minha deficiência ajudou-me a perceber que devo organizar esta campanha para me superar, para me colocar à prova. Fez-me pedir ajuda à Federação Portuguesa de Ciclismo para ter um empréstimo de uma bicicleta, fez-me reaprender a andar de bicicleta no escuro e impeliu-me a enfrentar o medo de pedalar no meio do trânsito. A nossa vida pode mudar em segundos e hoje sou eu a precisar de apoio, amanhã podem ser outros. É importante conseguirmos ajudar-nos mutuamente e muitas vezes há pequenos gestos, pequenas ajudas, que se tornam grandes, que fazem a diferença. Para uma pessoa cega ter um cão guia é ter novamente uma mobilidade segura. A ajuda de cada um pode fazer essa diferença, pode melhorar a vida de muitas pessoas cegas”, acrescentou a ciclista que vai começar a sua viagem até Santiago no dia 13 de outubro.
O valor estimado para a educação de um cão guia é de aproximadamente 18 000 euros, sendo que a pessoa cega o recebe de uma forma totalmente gratuita. Todos os contributos da campanha “Pedalar com Sentido” são entregues diretamente à associação, com emissão de recibo de donativo para os apoiantes identificados. A campanha teve início em setembro e decorre até 28 de outubro.
“Tenho sonhos e objetivos e a minha deficiência não me impede de continuar a lutar por uma sociedade cada vez mais inclusiva. Não quero pena, quero inclusão plena! A minha deficiência não me impôs limites. Juntos vamos subir esta montanha”, concluiu.