Rally Serras de Fafe e Felgueiras já pensa no regresso em 2022
REPORTAGEM: RICARDO SOUSA
Com muita chuva e menos público, o Rally Serras de Fafe e Felgueiras voltou a acelerar pelas idílicas paisagens serra da Cabreira e Santa Quitéria. A competir para o campeonato europeu, Andreas Mikkelsen venceu a prova com grande autoridade e está cada vez mais próximo de se sagrar campeão. O vencedor da prova, que costuma realizar-se em março, admitiu que as condições “foram muito traiçoeiras”, mas a sua equipa conseguiu “evitar problemas” e atingir o objectivo.
No primeiro dia do Rally, os pilotos tiveram pouco público na torcida na classificativa da Senhora da Fé/Anjos. A chuva, nevoeiro e lama complicaram a vida aos pilotos e desmobilizaram os aficionados desta zona alta de Vieira do Minho. No segundo dia, o sol já brilhou e na especial de Lameirinha, em Fafe, o público lá foi aparecendo, mas muito longe das milhares de pessoas que se aglomeram para ver a perícia dos pilotos no emblemático “salto da pedra sentada”.
Na hora de fazer o balanço do Rally Serras de Fafe e Felgueiras, que pela primeira vez integrou o calendário do Campeonato da Europa (FIA ERC), Carlos Cruz, presidente do Demoporto – Clube de Desportos Motorizados do Porto, organizador da prova, revelou-se satisfeito. “De um modo geral, o nosso objetivo foi cumprido. É evidente que há sempre um ou outro detalhe a aperfeiçoar, em termos de futuro, sobretudo a nível de itinerário, mas estamos satisfeitos pela forma como o rali decorreu. Claro que preferíamos que não tivesse chovido na segunda metade da primeira etapa, mas quanto a isso nada podemos fazer. De qualquer modo, e por aquilo que constatei, tanto equipas como pilotos ficaram agradados com a prova que lhe foi proporcionada. Esperamos, na edição de 2022, que o Rally Serras de Fafe e Felgueiras volte à sua data de sempre, que é no mês de março, o que poderá significar, e oxalá se confirme, o adeus da pandemia”, afirmou. Ainda em relação a 2022, se é um dado adquirido que o Rally Serras de Fafe e Felgueiras vai sofrer alterações, Carlos Cruz não quis antecipar detalhes. “Ainda não tenho nada definido em concreto, mas uma das hipóteses é apresentar as mesmas classificativas de outra maneira, com novas variantes. É justo e imperioso agradecer o esforço de todas as edilidades envolvidas no rali, Fafe, Felgueiras e Vieira do Minho, endereçando ainda os parabéns aquela cuja classificativa, embora não sendo nova, foi elogiada por todos: Boticas”, reconheceu.
Ni Amorim, o presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, também fez um “balanço muito positivo” deste Rally Serras de Fafe e Felgueiras. “O primeiro dia foi muito difícil para todos, organização, pilotos e público, devido às condições meteorológicas bastante adversas, mas correu tudo muito bem. Acima mesmo das expectativas atendendo às circunstâncias. E a luta pela vitória tanto no ERC como no CPR não podia ter sido mais renhida particamente até ao final”, afirmou.
Ni Amorim realçou ainda o facto de a classificação ter registado “oito pilotos de nacionalidades diferentes nos dez primeiros lugares”. “Isso também é bom para o turismo português, pelo impacto que tem no exterior” e é igualmente importante para o automobilismo português, sustentou. “Este Rally é uma prova referência, com troços emblemáticos. E agora Portugal com duas provas no ERC é algo inédito na Europa e motivo para nos orgulharmos”, reiterou.