Exposição em Monção retrata Chernobyl 30 anos depois do acidente nuclear

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João Sarmento foi um dos 10 000 turistas que integrou uma excursão especializada e visitou Chernobyl em 2016, exactamente 30 anos e quatro dias do desastre nuclear. Este professor do do Departamento de Geografia da Universidade do Minho registou o momento e inaugurou agora uma exposição de fotografia que pode ser visitada na  Sala de Exposições Temporárias da Casa Museu de Monção até 21 de maio. Intitulada 30 + 5 + 1 Chernobyl, a exposição retrata o cenário que o autor encontrou em ruinopólis de Pripyat, a cidade construída de raiz para para albergar os trabalhadores da central que foi implantada a três quilómetros da estação nuclear, e chegou a ter, em 1986, cerca de 48 mil habitantes.

“As 76 fotografias desta exposição são da ruinopólis de Pripyat, e foram tiradas no dia 30 de abril de 2016, 30 anos e 4 dias depois do acidente. As imagens foram capturadas num intervalo de tempo de cerca de quatro horas. Esta exposição, que retrata um momento após os 30 anos do acidente, estava prevista para o 35º aniversário do acidente, em 2021, mas a pandemia SARS-COV2, empurrou-a um ano, para 2022”, explicou o autor. 

Desde 1986 que muitos edifícios, casas e apartamentos, e vários objetos foram mexidos, revolvidos e mesmo subtraídos, levados por “exploradores” urbanos e de ruínas, incluindo mesmo objetos fortemente radioativos. A partir de 2011 que a Zona de Exclusão pode ser visitada, desde que por períodos breves e enquadradas em excursões organizadas por agências de turismo especializadas, normalmente em pequenos grupos. Durante esta última década, materiais como livros e bonecos de peluche, diversos fragmentos e objetos, foram dispostos tendo em mente, propositadamente, o olhar do visitante ou turista, preparando, construindo e influenciando estéticas e olhares.