Páscoa a três volta a juntar Barroselas, Mujães e Vila de Punhe à mesa dos três abades 

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O emblemático encontro das cruzes no Largo das Neves, em Viana do Castelo, na segunda-feira de Páscoa vai voltar a realizar-se após duas anos de interrupção forçada pela pandemia. 

A “Páscoa a Três” é um conjunto de iniciativas que se desenvolvem no período pascal nas comunidades que brindam na Mesa dos Três Abades – Barroselas, Mujães e Vila de Punhe -. A diversa programação, que conjuga a fé com a tradição e o profano, destina-se aos locais, aos filhos da terra que regressam na época festiva e aos inúmeros curiosos que encontram um encanto especial nas tradições e nas vivências das gentes do vale do Neiva. Este ano ainda mais, em virtude do período vivido desde 2020.

“Apesar do impasse face à realização das Festas da Senhora das Neves e de uma adaptação face ao contexto, realizar-se-ão as cerimónias da segunda-feira de Páscoa no Largo das Neves – o “Encontro das Cruzes, o “Brinde na Mesa dos Três Abades” e o “Hastear da Bandeira””, informou a organização do evento. Antes da Páscoa, as autarquias de Mujães, Vila de Punhe e Barroselas e Carvoeiro mais o Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto voltarão a organizar a Queimada do Judas com o propósito de dinamizar a cultura popular e de fortalecer a cooperação entre as três comunidades.

A Queimada do Judas teve como inspiração a Queima do Judas que se realizou no Sábado de Aleluia de 1921 no Largo das Neves. Depois de 92 anos, de um suposto interregno, o Judas voltou, no sábado de aleluia, ao Largo das Neves para censurar e ser queimado na forca. “Embora tenha como ponto de partida a tradicional Queima do Judas, a Queimada do Judas apresenta-se como um conceito aberto e resiliente, permitindo novas e criativas roupagens. Mantendo na estrutura o testamento e o auto de fé do Judas, o conceito ajusta-se aos tempos de hoje e define como matriz diferenciadora a leitura do esconjuro acompanhado da tradicional queimada galega, com o propósito de, antes de ser queimado, exorcizar os pecados do Judas e permitir uma morte com absolvição e perdão. Este ano, na noite de 16 de abril, o Judas, o cenário e o cortejo condenarão o proeminente traidor da Humanidade e apelarão à paz. Volte a comparecer no Largo das Neves para um espetáculo popular que incluirá dança, música e sátira”, explicou.