Jorge Alonso confirmado no comando dos Bombeiros Voluntários de Viana e contestários começam a regressar

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A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) homologou a nomeação de Jorge Alonso como comandante dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo. O presidente Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, David Lourenço, explicou que “a nomeação de Jorge Alonso seguiu os trâmites normais, sendo que o novo comandante fez toda a formação na Escola Nacional de Bombeiros (ENB)”.

“Em tempo oportuno, iremos fazer uma sessão de tomada de posse, conforme é devido. Agora o mais importante é o comandante tomar posse o mais rapidamente possível, um dos objetivos da direção, dotar a corporação de um comandante a tempo inteiro, agora concretizado”, sustentou David Lourenço.

O presidente da associação humanitária realçou que no distrito de Viana do Castelo “poucos são os corpos de bombeiros que não têm comandante a tempo inteiro”. “Não quero incorrer em erro, mas será a primeira vez que os Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo têm, pela primeira vez, um comandante a tempo inteiro”, referiu.

Em dezembro, 23 dos 80 operacionais que compõem o quadro ativo dos Bombeiros Voluntários suspenderam funções por discordarem do elemento indicado pela direção para o comando da corporação. O pedido de inatividade de funções, pelo período de um ano, foi apresentado pelos 23 operacionais durante uma assembleia-geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários.

“Cinco operacionais pediram o reingresso na corporação. Tudo me leva a crer que a situação está a tomar o seu rumo sereno e calmo, com a colaboração e empenho de todos para um bem comum que é a associação e a população. Os principais valores da nossa existência estão a imperar e as pessoas, em consciência, estão a retomar a normalidade”, disse David Lourenço.

“Todos os elementos da corporação são bem-vindos”, garantiu, esclarecendo:

“Só não consigo negociar com quem não quer negociar. A nossa postura é de casa aberta, uma casa de todos em que o objetivo é ir ao encontro das necessidades e vontades de todos, dentro do que é expectável e normal. Estamos cá, acima de tudo para preservar a segurança de pessoas e bens. A associação existe para isso.”

Paulo Rodrigues, um dos 23 operacionais que pediu a inatividade de funções, referiu que, na terça-feira, informou a direção da sua disponibilidade para reintegrar a corporação. “Os elementos que tinham pedido a inatividade reuniram-se no sábado e só porque não conseguimos juntar o número de sócios suficiente para solicitar a demissão dos órgãos sociais da atual direção é que decidimos regressar, dentro da disponibilidade de cada um”, explicou.

Segundo Paulo Rodrigues, que durante uma década desempenhou as funções de segundo-comandante e que, em abril de 2020, assumiu o cargo de comandante interino, “não há pessoas interessadas” em integrar listas para concorrer aos três órgãos sociais da associação humanitária, “e as poucas que se manifestaram interessadas não conseguiram junta o número de elementos necessário”. “Os bombeiros só são necessários quando temos fogo à porta de casa ou temos alguém doente, dentro de casa. Fora isso, ninguém quer saber dos bombeiros voluntários”, observou.

Paulo Rodrigues garantiu que o grupo de 23 operacionais que pediu a inatividade “nunca equacionou abandonar o gosto e vontade de ajudar o próximo”. “Acabámos por nos resignar. Não tendo alternativa, não vamos continuar a manter uma posição contrária ao poder instituído. Vamos regressar aos nossos postos porque se avizinha um verão complicado, e o nosso sentido de responsabilidade também fala mais alto”, sustentou.