Ministro do Ambiente prometeu mais sapadores florestais em Caminha
Caminha acolheu o Encontro Distrital de Sapadores Florestais do Alto Minho, uma iniciativa que contou com a presença do ministro do ambiente. Respondendo aos desafios lançados pelo presidente da Câmara, o governante garantiu “sintonia total” e afirmou a intenção do Governo em abrir concursos para a criação de mais equipas, considerando que o papel dos Sapadores Florestais tem sido “determinante” para os resultados positivos na defesa da floresta, na prevenção e até combate de primeira linha aos fogos.
No encontro, em Dem, no Miradouro de Nossa Senhora das Neves, o presidente da Câmara Municipal de Caminha elencou vários desafios para os quais quer contar com o Governo, desde logo o investimento no ciclo urbano da água, assim como no saneamento. Apontou também a diminuição das perdas de água na rede, a criação da área de paisagem protegida da Serra d’Arga, a consolidação e reforço da orla costeira, a defesa da biodiversidade e travessia do Rio Minho baseada em embarcações movidas a energias renováveis. Miguel Alves defendeu também o reconhecimento da carreira dos Sapadores Florestais e a valorização dos seus salários.
Sobre o papel dos Sapadores, Miguel Alves destacou o papel na vigilância, mas também, muitas vezes, como primeira força de combate quando os fogos acontecem. O presidente mostrou-se preocupado com o verão que se aproxima, lembrando que este ano, no Alto Minho, já aconteceram mais incêndios (376, que consumiram 2.179 hectares) do que durante todo o ano de 2021. Recordou que o Alto Minho tem poucos bombeiros, face à média do país, e apelou aos baldios e a todos os cidadãos, para que, no ano difícil de 2022, o fogo não possa ser devastador.
O autarca falou ainda da atividade Equipa de Sapadores Florestais ao serviço do Município de Caminha, que começou a sua atividade no início do ano 2018 e veio “dar um grande contributo” aos trabalhos desenvolvidos no âmbito da Defesa da Floresta Contra Incêndios. Referiu ainda que, no âmbito do planeamento municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, a ação da equipa de Sapadores tem contribuído para uma execução significativa nestes últimos quatro anos. Assim, neste ano de 2022, até à data, quer no âmbito do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como nos trabalhos definidos pelo Gabinete Técnico Florestal, a equipa de Sapadores Florestais efetuou trabalhos de gestão de combustíveis e beneficiação de rede viária florestal e trilhos pedestres em áreas diversas, nas freguesias de Arga de São João, UF de Moledo e Cristelo, Vila Praia de Âncora e Vile, contabilizando um total de cerca de 20 hectares.
No âmbito do serviço público anualmente definido pelo ICNF, tem sido feito trabalhos de gestão de combustíveis em torno de alguns aglomerados e também na rede viária florestal em áreas do baldio de Venade, Orbacém, Arga de S. João, Arga de Baixo e Arga de Cima num total mínimo de 25 hectares em cada ano. No que diz respeito ao serviço público, já se encontram concluídos parte trabalhos de gestão de combustíveis junto de edificações em áreas do baldio de Orbacém e de Venade, contabilizando já uma área de aproximadamente 10 hectares.
Para o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, o sucesso das políticas depende de políticas alinhadas com os municípios. “Subscrevo também todos os desafios”, sublinhou Duarte Cordeiro, referindo-se às necessidades elencadas antes por Miguel Alves. O governante notou que existem mais de quatro centenas de equipas e o ministro revelou que, ainda este ano, serão abertos concursos para criação de mais equipas, mostrando-se também sensível à questão das carreiras.
“O Estado reconhece o papel muito relevante dos Sapadores (…) tenho consciência da sua importância e do trabalho que desenvolvem 365 dias por ano”, frisou Duarte Cordeiro.
O Ministro e a comitiva visitaram também o Baldio de Riba de Âncora, nomeadamente a plantação de castanheiros (15 hectares em projeto), com 1.400 castanheiros já plantados. Trata-se de uma área vedada com o objetivo de proteção à produção dos castanheiros (vandalismo e animais selvagens). O Baldio pratica a gestão de combustíveis com recurso a pastorícia com ovelhas (20 no momento, mas serão 40 no total) e cabras bravas (50). Der referir que a rede utilizada na vedação é a primeira a ser aplicada em Portugal com acompanhamento da empresa produtora.
O espaço da vedado vai ser também habitat natural do coelho bravo, perdiz e faisão em colaboração com as associações de caçadores locais. A energia utilizada na exploração é de fonte renovável (solar) 6 painéis solares já colocados que alimentarão toda a exploração. Será feito também um parque de visitas para as escolas e público em geral, podendo estes estar em contacto com a natureza e os animais em simultâneo. Este espaço será uma fonte de rendimento para o baldio, permitindo ter acesso a subsídios dos animais e do souto. Tem com objetivo também visitas turísticas.