Junco de Forjães inspira turismo criativo em Esposende
O Centro Cultural de Forjães acolheu a apresentação do livro “Creatour: catalisando o turismo criativo em cidades de pequena dimensão e em áreas rurais”. Trata-se de uma publicação editada pela Imprensa da Universidade de Coimbra e que resulta do trabalho desenvolvido no âmbito do projeto Creatour, que envolveu cinco centros de investigação e 40 organizações que conceberam e implementaram projetos-piloto de turismo criativo em todo o país. Entre estes inclui-se o EScriativo, do Município de Esposende, projeto que, entre outras temáticas, contempla a promoção das atividades de junco, uma arte centrada em Forjães, terra natal do presidente da Câmara Municipal, que assumiu a sua satisfação por ver esta atividade revitalizada num contexto de turismo criativo.
Este programa enquadra-se no Plano de Ação para a Sustentabilidade, Crescimento e Competitividade do Turismo em Esposende – 2018_2022 e assume um âmbito mais vasto no âmbito da estratégica do Município de valorização e potenciação do seu território, clarificou o autarca Benjamim Pereira, lembrando que Esposende foi o segundo município do Norte que mais cresceu, em resultado de um conjunto de fatores que contribuem para a sua atratividade.
“Graças à sua situação financeira estável, o Município tem conseguido alavancar e concretizar os mais variados projetos, numa estratégia de desenvolvimento integrada, harmoniosa e sustentável de todo o concelho”, referiu o autarca. Neste contexto, a Rede de Museus do Concelho de Esposende ganha um novo impulso com a criação do Centro Interpretativo do Junco, que irá nascer no Centro Cultural de Forjães, e do Museu do Sargaço, que ficará instalado em Apúlia. Benjamim Pereira deu ainda nota de que também os achados arqueológicos do naufrágio de Belinho terão um espaço museológico, no Forte de S. João Batista, integrando esta Rede de Museus.
A par da criação do Centro Interpretativo, a certificação do junco de Forjães, cujo processo se encontra na reta final, contribuirá para uma maior valorização desta arte e deste produto, vincou o presidente da Câmara Municipal, considerando que o livro “Creatour: catalisando o turismo criativo em cidades de pequena dimensão e em áreas rurais” irá contribuir para dar visibilidade ao Junco de Forjães. Felicitou todos quantos contribuíram para esta publicação e manifestou total disponibilidade do Município para eventuais parcerias que possam contribuir para promover e valorizar o território concelhio. Neste contexto, deu nota de que, fruto desta estratégia de cooperação, o Município conseguiu captar o Ensino Superior para o concelho por via de um protocolo com o IPCA – Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, e garantir, através de protocolo com a Universidade do Minho, dois polos de investigação, que ficarão instalados no Forte de S. João Baptista e na Estação Radionaval de Apúlia.
Reconhecendo a mais-valia do turismo criativo para a promoção e valorização do território, o presidente da Câmara Municipal agradeceu o empenho de todos no projeto Creatour, particularmente no que se refere ao Junco de Forjães e à ação de formação que decorre ainda até junho, no Centro Cultural de Forjães.
A apresentação do projeto EScriativo esteve a cargo do técnico do Município responsável pelo Turismo, José Costa, que enquadrou e explicou as várias etapas do programa, onde se insere a revitalização do artesanato do Junco de Forjães. Lançou, a propósito, o desafio ao Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para uma nova formação, mais direcionada para a componente prática.
O presidente da Junta de Freguesia de Forjães, Vitor Quintão, manifestou gratidão pelo trabalho desenvolvido no âmbito do projeto Creatour. Ao Município de Esposende agradeceu “pelo trabalho que tem desenvolvido, dando visibilidade a este riquíssimo património que tanto identifica a freguesia”. Expressou, também, uma palavra de reconhecimento às “embaixadoras” do Junco de Forjães, Mena do Rio, Carmo e Isa Joana.
Responsável pelo Caderno de Especificações para a Certificação do Junco de Forjães, o investigador Álvaro Campelo notou que este património não é só de mulheres, dado que inicialmente eram os homens quem se dedicava à arte. “Quando olhamos para uma cesta de junco olhamos para a História e para a Estória”, referiu, confidenciando que “a riqueza está em falar com os artesãos”.
A sessão contou, também, com as intervenções de Sílvia Silva, gestora de investigação nacional do projeto Creatour, e de Paula Remoaldo, coordenadora do projeto na Região Norte, que deram a conhecer o projeto e o livro.