Para Maria João, bordadeira de 25 anos, desfilar trajada na Romaria d’Agonia é um hábito desde os seus dois anos, mas em 2022 a responsabilidade será diferente ao chegar a mordoma do cartaz da festa, com a “esperança” do verde do traje das Terras de Geraz do Lima, o que acontece pela primeira vez em mais de meio século.
“Será para todos um ano muito emotivo e estou muito feliz por ser a mordoma que vai ‘representar’ a esperança do futuro. E ainda para mais poder ser a cara de um cartaz que eu amei, que está repleto de esperança no presente e no fu- turo, para Viana do Castelo e para todo o mundo”, explicou Maria João Afonso Lima, a mordoma do cartaz oficial da Romaria da Senhora d’Agonia de 2022, da autoria do designer gráfico Renan Morgado, de origem brasileira e a viver em Monção, vencedor do concurso publico deste ano.
Marcado pelos tons verdes do traje típico das Terras de Geraz do Lima, este é o 110.o cartaz ilustrado da Romaria e vai anunciar em todo o mundo uma festa que após dois anos de ausência, devido à pandemia de covid-19, regressa às ruas de Viana do Castelo.
“Ser a mordoma do cartaz no ano em que voltamos à normalidade e que a nos- sa Romaria regressa com a sua grandiosidade, é um orgulho e uma responsa- bilidade enorme. Será o ano que todos esperamos desde 2019, sinto-me muito orgulhosa por ter esta oportunidade única, e o peso da responsabilidade que é representar o amor que tanta gente tem a esta festa e a fé da Ribeira”, confessou ainda Maria João, bordadeira de profissão e a residir em Moreira de Geraz do Lima, Viana do Castelo.
A notícia da escolha do cartaz a que dá rosto foi, como se esperava, um momento de emoção, como recordou: “Chorei, ri, pensei que podia não ser verdade. Foi uma montanha de emoções. A primeira reação foi de muita alegria, mas ainda não acreditava que era verdade, tudo parecia um sonho”.
Admite que ter alcançado “um sonho que muita gente tem”, daí o “orgulho” que assume, também pelo apoio recebido, mas sublinha a importância de preparar o futuro “para que as gerações vindouras não se esqueçam da importância das tradições”, como de resto é o seu caso.