Fortaleza de Valença regressa à época medieval para reviver história e origens

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A fortaleza de Valença vai receber, pela primeira vez, um “enorme mercado medieval”, entre sexta-feira e domingo, para reviver a história e as origens mais evidentes do desenvolvimento da cidade.

A autarquia adiantou que a primeira edição da iniciativa “Valença na Rota da História” irá reviver a “entrega do Foral a Valença pelo Rei D. Sancho I”, sendo que durante três dias haverá “muita animação, música, danças, teatro e espetáculos” daquela época.

Um torneio apeado ou a cavalo, lutas, justas, espetáculos de fogo, teatro de rua, recriações históricas, encantadores de serpentes, malabaristas, passeios de carroça e cavalo pelo centro da Fortaleza, acampamento militar com homens de armas, tenda real, acampamento, estábulo, carrossel medieval são algumas das atividades que previstas no evento.

A fortaleza, principal ex-líbris de Valença, é anualmente visitada por mais de dois milhões de pessoas.

Monumento nacional, candidata a Património da Humanidade, aquele património assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.

“A história e as origens mais evidentes do desenvolvimento de Valença encontram-se estreitamente ligadas à presença do rei D. Sancho I. Este monarca português decide dar início a uma série de tentativas de ocupação das localidades de Tui e Pontevedra, na Galiza”, explica a nota da autarquia.

Segundo o município, “é no quadro destes conflitos entre Portugal e Espanha que Valença, à época conhecida por Contrasta, ganha, por volta de 1200, um protagonismo inédito”.

“Entre o rio Minho e a velha estrada romana, Contrasta constituía o local ideal para vigiar os ataques galegos e para planear as investidas sobre Pontevedra e Tui”, na Galiza.

Salienta ainda a “importância que a antiga via romana ganha enquanto local de peregrinação rumo ao túmulo de Santiago, para a qual confluíam peregrinos e viajantes de toda a Península Ibérica”.

Esta “conjugação de fatores levou o rei D. Sancho I a outorgar a sua primeira carta de foral e a aqui decidir erguer uma construção defensiva de caráter permanente – afirmando uma linha de fronteira natural que o rio Minho já estabelecia”.