Portugal e Espanha apostam nas “experiências turísticas” nas zonas de fronteira
Portugal e Espanha vão desenvolver uma estratégia comum para o turismo nas zonas de fronteira, para valorizar e promover destinos e produtos e formar recursos humanos, disse o Ministério da Economia português.
A Estratégia conjunta para a Sustentabilidade do Turismo Transfronteiriço entre Portugal e Espanha 2022-2024 será um dos acordos assinados na cimeira ibérica, em Viana do Castelo, e abrange diversas áreas, como “planos de sustentabilidade turística” para melhorar os destinos fronteiriços e aumentar a procura ao longo de todo o ano, e o “desenvolvimento de produtos e experiências turísticas na fronteira”, que “espelhem as peculiaridades territoriais na raia”, indicou o Ministério da Economia.
A nível de recursos humanos, a estratégia prevê formação e “geração de conhecimento e investigação em turismo transfronteiriço”.
Para isso, estão previstas ações de formação no âmbito da cultura, da história, do património, dos recursos naturais, da gastronomia e do artesanato dos destinos fronteiriços; incentivos aos centros de estudo dos dois lados da fronteira para aprofundar conhecimentos “sobre os recursos turísticos”; e a promoção da “investigação no domínio da cooperação transfronteiriça, abordando os desafios das comunidades residentes e propondo oportunidades para o seu desenvolvimento”.
O último eixo da estratégia é a promoção externa “do destino ibérico em geral e do destino fronteiriço em particular”, em mercados internacionais, sobretudo, mais distantes, cujos turistas consideram a visita a Portugal e a Espanha numa única deslocação.
Para o Governo português, ao nível destes mercados internacionais, há “um grande potencial que Portugal e Espanha podem e devem explorar em conjunto”, em particular na América do Norte e na Ásia.
O Ministério da Economia sublinhou que Portugal e Espanha partilham uma fronteira terrestre de 1.234 quilómetros, a mais longa da União Europeia e que, “ao nível bilateral, Espanha é desde há muito um mercado estratégico para o turismo nacional”.
“É de tal forma importante, que enquanto mercado emissor, é tratado como mercado interno alargado, ou seja, um prolongamento do mercado português”, e no que respeita à promoção “é o único mercado internacional” que “pode ser trabalhado pelas Entidades Regionais de Turismo”, sublinhou.
“Para além de ser um dos dois principais mercados emissores externos [de turistas] para Portugal”, acrescentou o Ministério da Economia, Espanha e, mais em concreto, as quatro regiões que fazem fronteira com o território nacional (Andaluzia, Extremadura, Castela Leão e Galiza), já “são importantes parceiros” das regiões portuguesas “no desenvolvimento de projetos comuns relacionados com a estruturação de oferta, a formação de profissionais, a promoção conjunta, a inovação e conhecimento, a sustentabilidade (económica, ambiental e social) e outras áreas de intervenção críticas para o setor do turismo, como é por exemplo o caso da Cultura”.
A estratégia para o turismo insere-se na Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço de Portugal e Espanha, anunciada na cimeira ibérica da Guarda de outubro e 2020, para abranger 1.551 freguesias portuguesas e 1.231 municípios espanhóis.