“Ninguém quer arriscar um valor para recuperar muralha da fortaleza de Valença”
O presidente da Câmara de Valença estimou poder dentro de duas semanas lançar o concurso público para a elaboração do projeto e para a obra da recuperação da muralha da Fortaleza, que sofreu uma derrocada no domingo.
“A Câmara irá liderar todo o processo, nesta primeira fase, de estabilização dos solos e, na segunda fase, para a abertura do concurso público para o projeto e execução da obra. Depois o financiamento, obviamente quando chegarmos a essa altura, ou antes disso, o Governo, provavelmente, assumirá isso. Mas também não sabemos os custos, neste momento”, afirmou José Manuel Carpinteira.
O autarca socialista, que presidiu à primeira reunião de trabalho após a derrocada de parte da muralha da Fortaleza, sessão que juntou técnicos da Direção Regional de Cultura do Norte(DRCN), do município e de uma empresa especializada, disse que “ninguém quer arriscar um valor” para a recuperação do monumento, classificado como Património Nacional desde 1928 e sob a tutela do Ministério das Finanças. José Manuel Carpinteira adiantou que o concurso público só será lançado após a conclusão do levantamento topográfico e da estabilização dos solos, trabalhos que deverão iniciar-se “nos próximos dias”.
Quanto à execução da obra, referiu que a autarquia não dispõe de recursos financeiros, mas disse acreditar que o Governo vai suportar os custos da intervenção. “A senhora ministra garantiu-nos, não tenho formalmente essa informação, mas garantiu-nos que o Governo vai ajudar ou apoiar a reconstrução. Obviamente que estamos à espera disso porque a Câmara não tem recursos financeiros para esta execução extraordinária, até porque isto é um monumento nacional e penso que deve ser o Governo e a tutela a financiar a reconstrução deste pano de muralha que caiu”, adiantou.
O Ministério da Coesão Territorial afirmou que “o Estado Português tem responsabilidades de conservação e reparação resultantes da ação do tempo ou outras, neste monumento”. “O financiamento das obras será, naturalmente, assegurado através de fundos europeus e nacionais”, assegurou o ministério de Ana Abrunhosa, adiantando estar “em curso um trabalho conjunto entre o município de Valença e a DRCN neste monumento que incluía a identificação de pontos críticos e um levantamento preliminar das necessidades de intervenção”.