Greve dos professores encerrou escola de Monserrate
A Escola Secundária de Monserrate encerrou as portas devido à greve do pessoal docente e não docente, que se concentrou em frente à entrada deste estabelecimento para lutar contra a degradação das carreiras, das condições económicas/ profissionais e em defesa da escola pública.
De acordo com a comissão de greve do Agrupamento de Escolas de Monserrate, são várias as reivindicações do pessoal não docente, nomeadamente a progressão e especialização da carreira, a valorização de acordo o grau de responsabilidade das funções desempenhadas (saliente-se o caso do acompanhamento de alunos com necessidades especiais ou do desempenho de funções técnicas), a contratação de empresas de limpeza e manutenção do espaço escolar (criando condições ao operacional para o exercício da cidadania em meio escolar, especialmente num momento tão marcado pela migração, em que se lida com uma multiculturalidade crescente dentro da comunidade escolar e um salário justo que corresponda à inflação. Reclama-se ainda a responsabilização do Estado (ou Município) na resposta às dificuldades que têm vindo a avolumar-se ao longo dos anos, especificamente por falta de pessoal ou por falta de condições adequadas de trabalho e segurança no trabalho que, muitas das vezes, são ultrapassadas unicamente devido ao elevado sentido de missão dos profissionais.
“As principais reivindicações dos docentes dizem respeito ao bloqueio administrativo à progressão na carreira (o famigerado acesso aos 5.º e 7.º escalões que acaba por ser, na prática, um congelamento salarial), a um sistema de avaliação distópico e essencialmente injusto, à não recuperação de todo o tempo de serviço a que têm legítimo direito e à sobrecarga das exigências burocráticas que retiram tempo para o necessário investimento na relação pedagógica com os alunos e no estímulo para a construção de aprendizagens significativas”, frisou a comissão de greve, dando nota de que também estão em causa “a falta de condições materiais e humanas (mais professores de apoio, psicólogos, assistentes sociais e operacionais) nas escolas para fazer face aos desafios de uma sociedade cada vez mais exigente e tecnológica, bem como o rejuvenescimento da classe, em concomitância com uma formação docente de qualidade e o direito a uma pré-reforma/reforma dignas”.
“Em cima da mesa encontram-se, igualmente, questões como a precariedade (AEC, contratados), a ausência de apoios aos custos de deslocação para fora da área de residência e do pagamento de rendas a que têm vindo a sujeitar-se centenas de professores contratados. Acrescente-se o repúdio pelos cortes nos desdobramentos de turmas do ensino profissional, nas disciplinas de teor mais prático, o que prejudicará enormemente a formação de milhares de alunos”, completou.