Liga dos Amigos do Hospital reivindica radioterapia em Viana do Castelo
A Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo (LAHVC) reivindicou a instalação do serviço de radioterapia na unidade, para acabar com “as frequentes e dolorosas deslocações dos doentes a Braga ou ao Porto”.
O presidente da Assembleia-Geral da LAHVC, Defensor Moura, referiu existirem “queixas dos doentes e dos familiares” sobre o “sofrimento” a que são sujeitos os doentes oncológicos com as “frequentes” deslocações a Braga ou ao Porto para receberem as sessões de radioterapia.
Segundo Defensor Moura, os dados que recolheu junto do do hospital de Braga indicam que “o distrito de Viana do Castelo tem, anualmente, cerca de 400 novos doentes oncológicos, que precisam, em média, de 25 sessões de radioterapia por ano”. “São 10 mil sessões por ano. São 20 mil tormentosas viagens a que são obrigados os nossos doentes com cancro. É altura de dizer [que] basta de sofrimento. A instalação da radioterapia no hospital de Viana do Castelo é uma necessidade premente”, observou o médico aposentado, de 77 anos.
Defensor Moura adiantou que “o rácio atual para instalação de equipamentos de radioterapia é de seis máquinas por milhão de habitantes”, sendo que os 250 mil habitantes que a ULSAM serve, dos distritos de Viana do Castelo e Braga, “requerem dois”.
O presidente da Assembleia-Geral da LAHVC adiantou que “há anos” que questiona “sobre a possibilidade de haver radioterapia em Viana do Castelo e, invariavelmente, a resposta é que o distrito não tem população nem doentes suficientes para rentabilizar a instalação do serviço”. “A decisão da instalação da radioterapia não depende do hospital de Viana, cujo diretor me pareceu inquestionavelmente interessado em prestar mais esse serviço aos doentes vianenses, estando como sempre à mercê do centralismo nacional. Centralismo não só do Governo, mas dos ‘lobbies’ que atualmente controlam a prestação dos cuidados especializados da saúde, também na radioterapia, independentemente dos interesses das regiões e dos padecimentos dos doentes”, atirou o antigo presidente socialista da Câmara de Viana do Castelo que governou o município entre 1993 e 2009.
O presidente da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), Franklim Ramos, que disse desconhecer “o teor do comunicado da LAHVC” e adiantou que “os doentes do distrito de Viana do Castelo que necessitam de radioterapia são referenciados para Braga ou para o Porto”. “Não tenho conhecimento, da parte dos doentes, de queixas relativamente à prestação de cuidados quer no Porto, quer em Braga. Para me pronunciar sobre a necessidade de criação de radioterapia em Viana do Castelo teria de ter elementos suficientes, que, por sinal, já solicitei sobre o número de doentes do Alto Minho que efetuam tratamentos quer no Porto, quer em Braga para uma avaliação posterior”, declarou.