“Em Ponte de Lima, o turismo de habitação tem feito a diferença”

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O presidente da direcção da TURIHAB – Associação do Turismo de Habitação  pediu ao secretário de Estado do Turismo apoios e incentivos que seduzam e mobilizem as novas gerações, para assegurar a continuidade destas casas na rede. Admitindo que “não é fácil mobilizar as casas para este projecto”, Francisco de Calheiros vinca que o turismo de habitação tem sido uma referência a nível nacional, fruto de “um trabalho permanente”.
No encontro nacional do turismo de habitação, que decorreu em Ponte de Lima, Francisco de Calheiros aproveitou para deixar “recados” à tutela do turismo, frisando a necessidade de “incentivar mais” o turismo de habitação, temendo que a sua dinâmica possa “esmorecer”. “Esse passo para a nova geração passa por um incentivo, para além dos que já existem”, vincou, realçando os apoios para o turismo no interior e também para a internacionalização. “As características do turismo de habitação são totalmente diferentes das outras modalidades de turismo e há que encontrar o tal incentivo que seja capaz de melhorar a oferta que já existe, dando-lhe um toque de relevância, cultural, arquitectónica e histórica, que é a missão deste tipo de turismo e que o distingue do resto”, sustentou, garantindo que “a TURIHAB procura apoiar as casas em todos os aspectos”. “A criação da central de reservas foi um momento muito importante porque as casas não sobrevivem se não tiverem turismo. Temos que promover um produto e para promover esse produto temos que ter uma imagem e para ter uma imagem temos que estar em sintonia e temos que ter regras a que todos aderem e seguem de forma, de forma a que se consiga promover nos operadores, agências e feiras nacionais e internacionais”, explicou, acrescentando que o principal objectivo é “gerir os recursos de forma a criar a auto-sustentabilidade das casas”, um processo que encontra “muitas dificuldades”. “Muitas vezes a sucessão também é um problema. Há que mobilizar a nova geração, que muitas vezes já seguiu outros rumos e criou outras amarras”, alertou.
No encontro, Francisco Calheiros recordou que Ponte de Lima foi o “berço” do turismo de habitação, mas frisou que a evolução deste trabalho tem permitido outro crescimento. “Está a transformar-se na capital do Turismo de Habitação”, afirmou. Para enaltecer e agradecer a parceria de 40 anos, a TURIHAB ofereceu à Câmara Municipal de Ponte de Lima o “Faisão de ouro”, o símbolo da associação. Esta distinção só tinha sido atribuída a João Abreu Lima, em 2003, enaltecendo o seu contributo nos primeiros passos da associação e na implementação da sua sede em Ponte de Lima, para além do trabalho de vários anos no cargo de presidente da Assembleia Geral. “Este trabalho começou com João Abreu Lima, que, para além de ser pioneiro como presidente da Câmara, também foi pioneiro com a sua própria casa”, salientou Francisco de Calheiros, considerando que os actuais autarcas são “continuadores e entusiastas” deste trabalho. “Quem vem a Ponte de Lima reconhece essa estima e essa diferença”, declarou.
Vasco Ferraz, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, elogiou o trabalho da TURIHAB ao longo das últimas quatro décadas, frisando que é “um referência” no território. “Extravasou fronteiras e tem hoje uma importância significativa para a dinamização económica, turística e cultural do concelho”, declarou, concordando que o o número de casas e solares de turismo de habitação no concelho “confirmam o título de Ponte de LIma capital do Turismo de Habitação”. “É inegável a relevância que o turismo de habitação tem não só para o concelho, mas também para a região e para o país, constituindo-se como um tipo de alojamento diferenciador, próximo, que permite ao turista vivenciar uma experiência única, do conforto de uma casa histórica, com identidade e um património imaterial incalculável”, salientou, afirmando que o turismo de habitação “é uma insígnia ímpar” a nível nacional. “Ao turismo de habitação estão ligadas as tradições, a cultura, a arquitetura e o paisagismo. Mas tem também um papel fulcral na promoção e divulgação dos nossos produtos locais, da nossa gastronomia, pois os hóspedes podem consumir produtos produzidos no próprio território”, sustentou, defendendo que o turismo de habitação “transformou o conceito de alojamento, sobretudo fora das zonas urbanas”, mudando a forma de receber turistas.
“Em Ponte de Lima, o turismo de habitação tem feito a diferença. Há quatro décadas, foi um dos concelhos piloto para a implementação deste projecto, que acabou por se afirmar como uma mais valia para o território. E estes anos têm comprovado a sua importância na dinamização económica, cultural e turística de Ponte de Lima”, vincou, salientando que, à conta do turismo, surgiram outros serviços, foram criados postos de trabalhos e rotas turísticas, entre outras mais valias.
Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, encerrou este encontro nacional do turismo de habitação, destacando o “trabalho relevante” da TURIHAB. “Cerca de 75 por cento da procura no turismo de habitação te origem em mercado internacional, e por isso, contribui para a internacionalização do turismo português, mas dá também um contributo muito importante para a promoção de um turismo assente na história, património e autenticidade porque, no caso dos solares ou casas do turismo em espaço rural, estamos a falar de imóveis com valor histórico, patrimonial e cultural, em proximidade com a natureza e com as gentes que ali vivem”, sustentou. O governante mostrou-se agradado com os “bons indicadores” do primeiro trimestre deste ano no que ao turismo diz respeito, notando que os empresários estão “positivos e confiantes” e falou das políticas públicas de apoio ao sector. “O turismo na região Norte também tem estado a crescer e o Minho também teve um crescimento muito relevante. Esta região tem uma dimensão que vale a pena relevar porque é um turismo com base na autenticidade, história e património e isso são valores muito importantes em termos de sustentabilidade e excelência”, vincou.