Prémio de cinco milhões de Bruxelas vai criar em Viana “um espaço novo onde outrora se matavam animais”

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O município de Viana do Castelo recebeu, em Bruxelas, um financiamento de cerca de cinco milhões de euros para reabilitar o matadouro, após ser distinguido com um prémio da Iniciativa Urbana Europeia, integrada no Novo Bauhaus Europeu.

“O custo do projeto, neste momento, está nos seis milhões de euros. O financiamento pela União Europeia é de cerca de cinco milhões”, disse, em Bruxelas, Ricardo Rego, vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo responsável pelos pelouros da Transição Digital e Inovação, Desporto, Saúde e Recursos Humanos.

O responsável falava após receber das mãos da Comissária Europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, um prémio na categoria ‘Construir e renovar num espírito de circularidade e neutralidade carbónica’, inserida na Iniciativa Urbana Europeia (IUE), financiada pelos fundos de Coesão da União Europeia, mas obedecendo aos princípios do Novo Bauhaus Europeu e Pacto Verde.

Com 100 candidaturas de vários países a financiamento por parte de Bruxelas, o projeto de Viana do Castelo foi o único português entre os 14 premiados no âmbito da IUE, com o projeto para o antigo matadouro, desativado desde 1990.

“Estamos muito satisfeitos porque era um projeto que tínhamos já elencado, e o nosso presidente [Luís Nobre] tinha considerado isto como um projeto vital para a regeneração urbana daquele espaço”, frisou o vereador.

Para Ricardo Rego, “acima de tudo” o objetivo é criar um espaço novo onde “outrora se matavam animais”.

“Neste momento vamos criar. O edifício vai ser, todo ele, reconvertido através de materiais sustentáveis, será um edifício que vai ser 100% neutro [em emissões de carbono], é esse o grande objetivo do edifício”, assinalou.

O novo matadouro “terá muitas funcionalidades, por isso é que o projeto se chama ‘S+T+ARTS’, ciência e tecnologia aliada à arte, é a combinação de tudo e criando algo novo”, fazendo ainda parte de uma rede europeia de centros similares.

“O objetivo deste projeto é também ser transferível para outros países”, disse ainda o autarca.

O projeto terá agora seis meses de iniciação e mais um ano e meio para ser executado, de acordo com o vereador.

No dia 10 de março, o presidente da autarquia, Luís Nobre, já tinha dito à Lusa que a candidatura tinha “por objetivo a requalificação do antigo matadouro municipal, transformando-o num espaço inovador, inclusivo e cultural.

“Um novo laboratório de cidade criativa para estimular a inovação azul impulsionada pelas artes sustentáveis, e por meio da experimentação do conceito S+T+ARTS através de pequenas atividades-piloto ali a desenvolver com vários parceiros locais, nacionais e outros países europeus”, referiu.

O antigo matadouro municipal de Viana do Castelo, elemento urbano de interesse patrimonial para a cidade, foi inaugurado em 1926 e desativado em 1990, e encontra-se em estado avançado de degradação.