“Israel deverá servir de inspiração para o IPVC e para as empresas da região”

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O presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues, assinou um memorando de entendimento com o Centro Tecnológico “ARO – Agricultural Research Organization of Israel – The Volcani Center”. Trata-se do principal organismo público em Israel a desenvolver investigação no domínio da agricultura e das ciências ambientais, composto por seis institutos especializados nas áreas das Ciências Vegetais, Ciências Animais, Proteção das Plantas, Ciências do Solo, da Água e do Ambiente, Engenharia Agrícola e Ciências da Pós-colheita e da Alimentação.
O Volcani Center coordena também dois outros centros de investigação, com infraestruturas que permitem testar a qualidade das sementes agrícolas. É, ainda, detentor de um banco de genes para as culturas agrícolas de Israel.
O memorando de entendimento agora assinado tem como fundamento a promoção da cooperação científica e tecnológica entre o Politécnico de Viana do Castelo e o ARO, nos domínios da agricultura, qualidade e segurança alimentar, floresta e desenvolvimento rural. O presidente do IPVC, Carlos Rodrigues, especifica os fundamentos do memorando: “De forma particular, sublinha-se o interesse específico na colaboração em áreas relacionadas com a horticultura, viticultura, tecnologias pós-colheita, agricultura digital e de precisão, desenvolvimento rural e aquacultura, com o desenvolvimento, nos próximos anos, de projetos comuns.”
Em Israel, Carlos Rodrigues e Manoel Batista visitaram também a Universidade de Telavive, dedicada à tecnologia agrícola e à segurança alimentar, e reuniram com o respetivo diretor, Amir Sharon. Em cima da mesa esteve a possível participação conjunta das Unidades de Investigação do Politécnico de Viana do Castelo, CISAS (Centro de Investigação e Desenvolvimento em Sistemas Agroalimentares e Sustentabilidade) e proMetheus (Unidade de Investigação em Materiais, Energia e Ambiente para a Sustentabilidade), em projetos de investigação com as unidades congéneres da Universidade de Telavive, nas áreas da biologia molecular e da ecologia de comunidades vegetais, com foco nas alterações climáticas.
Na área do vinho e da vinha, foram estabelecidos contactos com a Universidade de Ariel e Eastern R&D CENTER, por intermédio do investigador Yishai Netzer, com foco nas questões relacionadas com a irrigação, gestão de recursos hídricos e conservação da água e dos solos. No entender do presidente do Politécnico de Viana do Castelo, foram contactos que “irão revelar-se de elevado valor no âmbito da criação do Centro de Tecnologia e Inovação do Agroambiental e Alimentação do Alto Minho, que o IPVC pretender ver o mais rapidamente possível concretizado”.
No contexto da deslocação a Israel, foram ainda encetadas relações com o Centro Nacional de Israel de Economia Azul e Inovação, especializado no domínio das tecnologias avançadas da indústria marítima, com foco na inovação sustentável em mercados emergentes na área da Economia Azul. Além dos setores tradicionais no domínio da Economia Azul, com destaque para as atividades portuárias, a construção e reparação naval, o transporte marítimo e o turismo costeiro, o Centro Tecnológico, sedeado em Haifa, é especializado em setores emergentes relacionados com a energia renovável oceânica, a bioeconomia e a biotecnologia azuis, a dessalinização, defesa, segurança e vigilância marítima, a educação e a sensibilização de novos públicos e a infraestrutura marítima. Trata-se do principal organismo público israelita na implementação de uma estratégia relacionada com a Economia Azul, desde 2018, reforçada pela cooperação com a União Europeia, visando a gestão sustentável dos recursos marinhos.
O Centro Tecnológico para a Economia Azul de Israel foi o ponto de partida para a criação de um polo de tecnologia e inovação na região de Haifa, envolvendo as universidades, as unidades de investigação, a indústria, os portos e os organismos ambientais e comunitários, com a criação de um cluster para atividades empreendedoras tecnológicas no campo marítimo, que atua como incubadora para startups inovadoras no domínio das tecnologias oceânicas.
Trata-se, afirma Carlos Rodrigues, de um exemplo que “deverá servir de inspiração para o Politécnico de Viana do Castelo e para as empresas da região onde ele se insere, no processo em curso de criação do Centro de Tecnologia e Inovação (CTI) na área de Economia Azul, entidade que se dedicará à produção, difusão e transmissão de conhecimento, orientado para as empresas e para o território do Alto Minho, fortemente direcionado para o desenvolvimento de projetos e testes no âmbito das energias renováveis oceânicas, robótica submarina e tecnologia alimentar direcionada para os recursos marinhos”.