“Santuário de arte rupestre” do Monte de Góios vai ser divulgado em roteiro

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A Câmara Municipal de Caminha, a Junta de Freguesia de Lanhelas e a Corema – Associação de Defesa do Património estão a desenvolver um trabalho conjunto no sentido da proteção, identificação da arte rupestre no Monte de Góios. Além da preservação, as três entidades estão a trabalhar na posterior divulgação, que deverá passar por um roteiro.

Desde os finais do século XIX que são conhecidos testemunhos de arte rupestre no Monte de Góios, o que culminou com a classificação da Laje das Fogaças como Monumento Nacional já em 1974. No entanto, foi no âmbito da avaliação do Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (Recape) da A28, ligação rodoviária a Caminha, que se procedeu à realização de trabalhos de prospeção arqueológica, que resultaram na identificação de várias novas rochas gravadas, distribuídas pela vertente ocidental do Monte de Góios, o que contribuiu para o reconhecimento da área como um autêntico “santuário de arte rupestre”.

Estes testemunhos da ação humana são enquadráveis num longo período cronológico, desde a Pré-história, mais concretamente dos finais do Paleolítico Superior, até aos períodos históricos mais recentes. O acervo iconográfico identificado no Monte de Góios é composto por representações tendencialmente antropomórficas, zoomórficas e geométricas, realizadas por picotagem ou abrasão.  Estas manifestações constituem um relevante legado da vida cognitiva e/ou espiritual das populações que foram ocupando o território e traduzem-se numa importante janela para o passado.