“Vila Casa & Decor proporciona sensação de conforto e bem-estar”

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A Vila Casa & Decor está em atividade há mais de três décadas na Fortaleza de Valença. Em 2020, Daniela Dantas optou por fazer uma mudança radical na sua vida profissional e assumiu o “legado” deixado pelo pai. A nova responsável pela empresa garantiu que novos projetos estão a ser “cozinhados” para garantir cada vez mais clientes.
A Vila Casa & Decor foi fundada em 1990 e, há três anos, a filha do fundador decidiu regressar às origens para ter mais estabilidade profissional. “Trabalhava numa área profissional muito distinta e também morava em outra cidade. Em 2020 mudei-me para Valença e abdiquei da minha carreia profissional para me dedicar ao legado do meu pai, na Vila Casa & Decor”, adiantou a lojista de 43 anos. “Cresci no ambiente da decoração e até ir estudar para fora lidei muito com isso. Na área profissional que trabalhava dependia muito de financiamentos, trabalhava em muitas empresas e não tinha muita estabilidade profissional. Quando chegamos a uma certa fase da vida, em que temos mais responsabilidades, não podemos andar com incertezas”, justificou. 
Já em 2020, Daniela tinha em mente várias iniciativas para o crescimento da loja, mas ficaram adiadas. “A ideia inicial era ter um estabelecimento na área dos têxteis-lar, artigos para casa e decoração, mas sempre com perspectivas de crescer para outro sentido. Para já esse crescimento ficou um pouco estagnado, devido à pandemia, e agora com as guerras, mas no futuro pretendo desenvolver outros projetos”, revelou. O objectivo, disse, seria transformar a actual loja num “ponto de partida para outros projetos que estão ser cozinhados”. “Como estamos virados para os turistas tinha em mente algo vocacionado para esse tipo de clientes e não para o comércio tradicional. Nesta loja queremos ter produtos um bocado diferenciados, fabricados em Portugal, mas de boa qualidade. Queremos ter produtos que proporcionem às pessoas a sensação de conforto e bem-estar em casa. O futuro está instável e passa pelo digital. O comércio tradicional tem de ir por esse caminho, por exemplo, quando está mau tempo as pessoas podem ter a opção de estar em casa e fazer as suas compras nestas lojas”, referiu, adiantando que pretende criar um site de vendas online.
Para Daniela Dantas, a maior dificuldade foi fazer uma troca profissional em tempos de uma pandemia. “Venho de um mundo profissional muito diferente e a pandemia foi a prova dos nove para o comércio tradicional. Como Valença é uma cidade de turismo, nomeadamente na Fortaleza, acaba por ter altos e baixos. Trabalhamos muito em agosto, mas temos quebras muito acentuadas nos meses do inverno”, notou.
A proprietária da Vila Casa & Decor salientou que os têxteis portugueses estão “bem cotados” no mercado internacional e existe muito interesse das pessoas que visitam a Fortaleza em comprar esses produtos. “Estar na fronteira é vantajoso porque os espanhóis vêm à procura dos têxteis portugueses, que têm muita qualidade. Os principais clientes da maioria das lojas na Fortaleza são os espanhóis, mas também tenho clientes fiéis portugueses. Este ano, notou-se ainda a presença de muitos turistas italianos”, indicou.
Na sua perspetiva, Valença é uma cidade com “muito potencial”, mas que está “sub-aproveitada”. “No Verão tem imensa gente e muita confusão, mas no Inverno não há nada. Fazem muitos eventos nos meses turísticos, mas também era necessário nos meses mais baixos ter alguns eventos. Reconheço que já começamos a promover mais Valença, mas ainda há um caminho a percorrer. Valença é muito conhecida em Espanha, mas em Portugal ainda não está enraizada a ideia de ir passear a Valença e à Fortaleza”, sustentou. Sobre a circulação automóvel no interior da Fortaleza, a comerciante concorda, mas defende que haja condições de estacionamento no exterior. “Existem duas fortalezas: uma onde está a Câmara Municipal e que tem gente durante todo o ano e, depois, a parte de cima onde está esta loja, que quando se corta o trânsito sente-se muito na afluência de clientes. Para além disso, os parques existentes estão caros e sem grandes condições”, alertou.