“Iman cresceu em Valença e teve de abrir uma segunda agência em Viana”
A Iman é uma empresa multinacional, sediada em Barcelona, que está há mais de 30 anos no mercado e é vocacionada para a gestão de recursos humanos. Está em Valença desde 2017 e, em 2019, abriu uma segunda agência em Viana do Castelo.
Ana Ferreira, de 52 anos, licenciada em economia na Faculdade de Coimbra, é a responsável pela Iman nos dez concelhos do Alto Minho. Entrou para a empresa no final de 2016, já com o objectivo de abrir uma filial em Valença. “Na altura, entrei como diretora da agência de Valença. O negócio começou a correr bem e sentimos a necessidade de abrir um segundo espaço no distrito”, explicou, acrescentando que Viana do Castelo foi o local escolhido. “Comecei com esta delegação do zero e fui eu que escolhi o espaço em Valença. Depois fomos crescendo no número de clientes e tivemos a necessidade de abrir em Viana. Era complicado estar em Valença e gerir clientes de Lanheses ou Castelo do Neiva, por exemplo”, justificou.
As indústrias de vários ramos e dimensões são os clientes mais frequentes da Iman. “Temos uma vasta gama de clientes de vários sectores, desde o automóvel, indústria alimentar, logística, hotelaria e restauração. Não somos especializados numa área específica, trabalhamos todo o tipo de clientes, sejam pequenas, médias ou grandes empresas”, indicou, vincando que a empresa se posiciona no mercado como “um verdadeiro parceiro das empresas” e especialista em recursos humanos. “Colocamos trabalhadores através do processo de recrutamento e seleção tradicionais, assim como através de trabalho temporário, sempre de acordo com as necessidades do cliente. Uma parceria que tem de ser vantajosa para o cliente e para a Iman”, salientou.
Com excepção do período da pandemia, a Iman tem crescido todos os anos. “Este ano pretendemos acabar com uma facturação de oito milhões. É uma atividade que envolve muita gente. Temos duas principais áreas de negócio. A primeira é o recrutamento e seleção, em que a empresa apenas paga esse serviço e o contrato é com o cliente final. A segunda é o serviço de trabalho temporário, em que a Iman paga todos os encargos obrigatórios por lei ao trabalhador e depois passamos uma factura ao cliente”, explicitou a responsável, dando nota de que a maior dificuldade é encontrar trabalhadores. “O desemprego está à volta dos 6% e existem poucos portugueses disponíveis para trabalhar. Sentimos no mercado a falta de portugueses, por isso, estamos a colocar colaboradores de outras nacionalidades por falta de mão de obra nacional”, referiu Ana Ferreira. Brasileiros, espanhóis, colombianos ou venezuelanos são algumas das nacionalidades estrangeiras que mais se apresentam para trabalhar na Iman. “Mas não tratamos de processos de legalização de trabalhadores, quem quiser trabalhar para a Iman tem de ter a documentação exigida para trabalhar em Portugal”, alertou, frisando que a nacionalidade é irrelevante para as empresas. “As empresas querem, fundamentalmente, bons trabalhadores, independentemente da nacionalidade, embora exista uma primeira opção pelo português por uma questão de comunicação. No entanto, o mais importante é a vontade e disponibilidade para trabalhar, a partir daí a nacionalidade é um pormenor”, garantiu.
Relativamente ao futuro, antecipa dificuldades em alguns sectores. “Recentemente, estive numa grande empresa em Arcos de Valdevez, que disse que as perspectivas para 2024 são muito boas e de crescimento. No entanto, existem outros sectores, como o automóvel, em que há muita instabilidade devido à falta de matéria prima. Mas a economia é cíclica, esta fase vai passar e prevejo um futuro melhor”, concluiu.