Corema à espera de mais voluntários para “catar” as bolinhas de plástico

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A Autoridade Marítima Nacional (AMN) recolheu, desde 8 de janeiro, cerca de 950 partículas de plástico entre Caminha e Figueira da Foz, mantendo-se a “baixa probabilidade” de chegarem a Portugal grandes quantidades. “Continuamos a falar de quantidades pouco significativas. Algumas partículas não sabemos se serão iguais às que foram parar à Galiza após a queda do contentor, outras certamente não são, porque apresentam sinais de desgaste. Se cada partícula tiver um grama, mil partículas seriam um quilograma”, observou o porta-voz da AMN, a propósito dos ‘pellets’ de plástico que apareceram na costa Norte espanhola após, em dezembro, ter caído ao mar, ao largo de Viana do Castelo, um contentor com mil sacos com 26,2 toneladas.

No âmbito do plano Mar Limpo, ativado na semana passada devido às minúsculas partículas de plástico que deram à costa no Norte de Espanha, em particular na Galiza, a AMN “reforçou o patrulhamento” nas praias de Caminha e Viana do Castelo, com “mais patrulhas diárias” que apareceu na costa Norte espanhola após, em dezembro, terem caído ao mar, ao largo de Viana do Castelo, mil sacos com 26,2 toneladas, acrescentou.

Esta semana mantêm-se as “patrulhas diárias” em toda a área do departamento marítimo do Norte, que abrange as capitanias entre Caminha e Figueira da Foz.

Desde 8 de janeiro e até terça-feira à tarde, foram recolhidos das praias cerca de 950 partículas, também designadas por ‘pellets’, sendo que por volta de 320 foram localizadas em Caminha, cerca de 200 em Viana do Castelo, 130 na zona da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, cerca de 40 em Vila Nova de Gaia, 110 em Aveiro e 150 na Figueira da Foz, indicou o responsável.

Os “cálculos da deriva” feitos pelo Instituto Hidrográfico continuam a “indicar uma baixa probabilidade de chegar a Portugal uma grande quantidade” daquele material.

Para a tarde de sábado está programada uma ação nas praias de Caminha organizada pela associação ambiental Corema e que vai contar com a supervisão da Capitania e Comando Local da Polícia Marítima.

A intenção é que os voluntários sejam distribuídos por três zonas: entre o Forte do Cão e Vila Praia de Âncora (VPA), entre VPA e Moledo e entre Moledo e a Foz do Rio Minho.

Em declarações à Lusa, o presidente da Corema – Associação de Defesa do Património, Gualdino Correia, explicou que a intenção é desenvolver uma “ação de vigilância e rastreio na costa” para “perceber se estão a chegar ‘pellets’” que seguiam num contentor que caiu ao mar em dezembro.

“A informação que temos é que estão a chegar quantidades diminutas. E a AMN não confirma que seja a que se perdeu [e deu à costa na Galiza], mas o rastreamento da zona da costa e das praias é fundamental para perceber como está a evoluir a situação”, descreveu.

O responsável manifestou estar “preocupado”, frisando que a possível chegada das partículas de plástico “terá consequências graves para a fauna e ambiente marinhos”. “Temos 20 pessoas inscritas mas, como as inscrições só fecham quinta-feira, estamos a contar com mais”, indicou.

No balanço diário, a Xunta da Galiza revelou ter recuperado “2.800 quilos” de ‘pellets’ de plástico, “o equivalente a 11 sacos”, para além de “mais de seis mil quilos de outros plásticos”.

Num comunicado enviado à Lusa, a Conselleria do Ambiente do governo da Galiza indicou que hoje estão nas ações de vigilância e limpeza mais de 400 pessoas, em 58 praias pertencentes a 28 concelhos.

Para sexta-feira está prevista a constituição de um comité científico especializado em plástico, composto por 17 especialistas de 11 entidades, incluindo universidades galegas, centros de investigação do meio marinho e organizações ambientais, referiu.