Polícias do Alto Minho fizeram vigília em Viana antes de partirem para manifestação em Lisboa

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Cerca de 150 militares da GNR e agentes da PSP fizeram, na manhã desta quarta-feira, uma vigília em Viana do Castelo, antes de partirem para Lisboa, onde vão participar numa manifestação por melhores condições salariais, exigindo um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária. Os agentes da autoridade do distrito concentraram-se em Monserrate, junto ao Comando Distrital da GNR, com tarjas a pedir “igualdade, dignidade e justiça”.

Em Lisboa, são esperados milhares de polícias da PSP e militares da GNR de todo o país. Os polícias da PSP e militares da GNR estão há mais de duas semanas em protestos por todo o país, mas a manifestação desta quarta-feira, que se realiza a partir das 17:30 entre o Largo do Carmo e a Assembleia da República, pretende ter maior visibilidade, numa ação organizada por uma plataforma dos sindicatos da Polícia e associações da Guarda.

Segundo a plataforma – composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana e criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança -, a manifestação de hoje surge na sequência “da luta pela dignificação das carreiras da PSP e GNR, que os sindicatos e associações consideram que têm sido desconsideradas pelo Governo, com a ‘machadada final’ a ser a secundarização da PSP e GNR na atribuição do suplemento de missão da PJ”.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), um dos sindicatos que faz parte da plataforma, disse à Lusa que a manifestação vai ter uma grande adesão, o que será “bem demonstrativo do estado de indignação dos polícias”.

“Desde a altura da escadaria [em 2013 os polícias invadiram as escadas do parlamento] que não me recordo de uma mobilização com tanta visibilidade”, disse Paulo Santos, estimando mais de 10 mil polícias na manifestação de hoje.

Também o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) disse à Lusa que “possivelmente será a maior manifestação a nível de mobilização que já aconteceu”.

“Não sei o número de autocarros. Na manifestação da escadaria foram cerca de 10.000 (participantes) e a que se realizou a seguir foram cerca de 17.000. Mas esta, pelo menos, pela mobilização de autocarros está mais forte”, disse César Nogueira.

O presidente da APG, que também pertence à plataforma, salientou que a manifestação tem como objetivo exigir que o suplemento atribuído à PJ seja aplicado à PSP e GNR.

“Caso não aconteça, os protestos não vão parar”, disse.

Os protestos começaram por iniciativa de um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, e estão a mobilizar cada vez mais elementos da PSP e GNR em todo país, sendo as iniciativas organizadas através de redes sociais, como Facebook e Telegram.

Os oficiais da PSP vão igualmente marcar presença na manifestação através do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia (SNOP), que faz parte da plataforma, numa situação inédita.

A manifestação deverá também contar com elementos da guarda prisional, que têm um estatuto equivalente à PSP, e também exigem um suplemento de risco idêntico ao da PJ.