Bela Trama lançam “Bomba relógio”

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A banda Bela Trama, natural de Viana do Castelo, lançou o seu novo single “Bomba-Relógio”. Este é já o seu quarto original a ser gravado, e desta vez com direito a Videoclip.
Os Bela Trama são uma formação musical composta por seis elementos; Andreia Ferreira, Tozé Mesquita, Miguel Sousa, Ricardo Cunha, Rúben Silva e Vitor Sousa.
Encontram-se ativos desde 2019, tendo gravado e lançado os seus 3 primeiros originais “Laurinda”, “Água-Benta” e “Resistência” no ano de 2022.
Voltam agora com “Bomba-Relógio”, um tema Rock que apela à força interior de cada indivíduo face às adversidades da vida.
“Bomba-Relógio ” foi gravado e masterizado em parceria com os estúdios de produção musical da GAM e o videoclipe gravado e editado pela “Ponto de Vista Audiovisuais” numa produção sinérgica 100% Vianense.
Questionados sobre futuros originais, os Bela Trama afirmam que muito em breve será lançado o 5° original. “Contamos que até início de Abril seja possível lançar o nosso próximo original que está em fase de conclusão”, referem. Os Bela Trama irão subir novamente aos palcos, podendo ser vistos e ouvidos já no próximo dia 7 de Abril na “Romaria da Senhora das Boas Novas e São José” em Mazarefes – Viana do Castelo.

Foi precisamente nesta festa, em 2023, que o Semanário Alto Minho entrevistou a banda e ficou a saber que, com profissões, idades e percursos de vida distintos, Tozé, Vitor, Miguel, Rafael, Rúben e Andreia aparentemente não teriam nada em comum. Mas o gosto pela música juntou-os e a heterogeneidade que os caracteriza acabou por assentar bem na escolha do nome da banda que criaram: Bela Trama. Todos vianenses, assumem-se como uma banda de rock sinfónico e garantem que têm muitos originais na gaveta para gravar. Mas o mais importante, frisam, é a amizade e o divertimento.

Formado há três anos, Bela Trama começou por ser um projecto de covers, que foi interrompido pela pandemia e, há cerca de um ano, regressou com temas originais, aproveitando a criatividade dos elementos da banda com jeito para a composição musical e letras. “Temos três temas originais gravados: Água Benta, Laurinda e Resistência. Mas temos muitos mais na gaveta”, assegurou o vocalista Tozé Mesquita, oficial de justiça de 51 anos, natural de Mazarefes. Tozé já conhecia Vítor Sousa, o baixista da banda, há mais de 30 anos, quando trabalharam juntos na Browning Viana. E ambos já tinham tido um projecto musical com Rafael Cunha, o guitarrista dos Bela Trama. “Mas achamos que não podíamos ser só três, tínhamos de arranjar um baterista, falaram-me do Ruben e, felizmente, aceitou. E para teclista lembrei-me do Miguel”, contou Vítor Sousa, funcionário da fábrica de armas de Viana de 59 anos, natural de S. Romão de Neiva. Curiosamente, Vítor, que começou por ser guitarrista, já tinha tocado com o pai do teclista Miguel há 30 anos, na banda Ceparon (Centro Paroquial do Neiva), longe de imaginar que viria a ficar “tramado” na mesma banda com o seu filho.

Andreia Ferreira, lojista de 39 anos, natural de Vila Nova de Anha, é a mais recente contratação da banda para assumir os coros como solista. “Sou a única mulher, mas eles tratam-me bem e eu trato bem deles, também”, gracejou a cantora que começou a cantar no grupo coral de Anha, antes de integrar o grupo de baile Terceira República. Fã de Whitney Houston, Andreia teve formação em canto antes de aceitar o convite para subir ao palco com os Bela Trama.

Os elementos da banda tem alguma formação musical, mas a sua essência é a sensibilidade natural para música, muito assente no tocar de ouvido. “O grupo folclórico também me ajudou para aprender a tocar cavaquinho, braguesa e mais instrumentos de cordas”, indicou Rafael, o guitarrista de 26 anos, natural de Alvarães, que tenta enganar o sono para poder tocar com os Bela Trama e manter a sua profissão de padeiro. “Faço abstenção de sono… dormir é para meninos”, gracejou o guitarrista que, quando tem espetáculo, dorme cerca de duas horas por noite. Os restantes elementos da banda confessam que também enfrentam algumas dificuldades para conciliar a paixão da música com as profissões, mas como diz o ditado: quem corre por gosto, não cansa.

O nome Bela Trama foi “fermentado” pelo guitarrista padeiro. “O nome surgiu após um brainstorming. Tínhamos uma panóplia de nomes em cima da mesa, todos muito estranhos, e estávamos indecisos porque não gostávamos de nenhum. Após uma pequena pausa, o padeiro disse: está aqui uma bela trama. Nós imediatamente agarramos esse nome”, contou Miguel Sousa, o teclista de 30 anos, natural S. Romão de Neiva, que trabalha numa empresa de produtos alimentares de Belinho, em Esposende. Miguel tem sido também o letrista dos originais da banda e faz questão de sublinhar que os Bela Trama tocam rock sinfónico, que prima pela “suavidade para agradar a todas as faixas etárias”. “Temos muita influência de Xutos & Pontapés, UHF, Peste & Sida e Despe & Siga”, referiu. Quanto a ídolos, estes seis músicos também fazem uma “bela trama”: vão desde Rui Veloso,  Ornatos Violeta, Guns & Roses a Chopin. O homem das baquetas, operador de armazém de 26 anos, assume que gosta mais do “barulho”, referindo-se ao metal mais pesado. Daí que seja um “ferrinho” em todas as edições do Barroselas Metalfest. “Esses géneros tão diferentes vêm ao de cima quando estamos a criar e acaba por sair algo bem bonito, com o ADN de cada um de nós, a bateria mais agressiva, uns teclados mais sinfónicos e guitarra mais clássica. Nasce algo que não consigo enquadrar especificamente num género musical”, admitiu o teclista.

Para o futuro, os músicos esperam continuar a escrever e gravar temas originais. “A nossa ambição não é sermos profissionais, mas há sempre aquele bichinho de criar mais. O processo criativo que tivemos na composição dos nossos três temas é um bom objectivo para o futuro”, apontou o teclista e letrista. “Ele tem uma caligrafia horrível, mas escreve muito bem. Por trás deste lojista, está um grande poeta”, assegurou, entre risos, o vocalista Tozé. A composição musical é partilhada entre todos e a gravação tem sido feita no Estúdio Gam, em Viana do Castelo.

Os Bela Trama actuaram em 2023 na Festa das Boas Novas de Mazarefes, terra natal do vocalista. Actuaram após os Sons do Minho. “A responsabilidade deles acabou por ser maior porque fizeram a primeira parte dos Bela Trama”, gracejou Tozé, que já tinha actuado na festa da sua terra com os Bela Trama, em 2021, e há mais de 30 anos com a mítica banda Gypsofila, precisamente de Mazarefes.