“A voz dos portugueses na Europa também é uma voz minhota”

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Uma maior aposta no mundo rural, nomeadamente agricultura, pesca e silvicultura, e uma maior dinamização da zona fronteiriça com a Galiza foram as principais preocupações apontadas pelos  candidatos das duas principais forças políticas (Aliança Democrática e Partido Socialista), que estiveram no Alto Minho para divulgar os seus manifestos eleitorais. Sebastião Bugalho e Francisco Assis convergem na defesa da importância destas eleições, considerando que a União Europeia “tem ajudado ao desenvolvimento do território” no distrito.
Sebastião Bugalho, o líder da candidatura da Aliança Democrática, esteve em Monção, Viana do Castelo e Ponte de Lima, onde participou num almoço com apoiantes, tendo defendido uma maior aposta no sector primário. “Há programas eleitorais nesta eleição que não referem os agricultores, pescadores e  silvicultores, Como é que é possível pensar na economia, na política agrícola comum ou no empreendedorismo esquecendo o setor primário?”, insurgiu-se o cabeça de lista pela AD, considerando que é necessário ter uma “agricultura mais sustentável, menos burocratizada, com mais capacidade de modernização”. “Os agricultores, sivicultores e pescadores vêem o futuro antes de nós todos e se nós não os ouvirmos estamos a prejudicar-nos. Esta candidatura propõe uma coisa muito simples: vamo-nos preparar para o futuro, ouvindo os agricultores e contando com a sua palavra”, frisou Sebastião Bugalho, ressalvando, ainda, a importância da competitividade das empresas, a coesão territorial e a problemática do envelhecimento. “Estamos preocupados com o Alto Minho porque a voz dos portugueses na Europa também é uma voz minhota”, salientou Sebastião Bugalho.
Olegário Gonçalves, presidente da Comissão Política Distrital do PSD de Viana do Castelo, congratulou-se com a visita do líder da candidatura da AD ao Alto Minho e notou que o principal inimigo nestas eleições europeias será a abstenção. A mesma ideia foi defendida por Vasco Ferraz, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima.
“É preciso baixar a abstenção nas eleições europeias por causa da importância que têm para o desenvolvimento do território. O país desenvolve-se muito por causa do trabalho que se faz na Comissão Europeia”, considerou o autarca, eleito pelo CDS-PP. Apelando ao envolvimento de todos, Vasco Ferraz enalteceu os candidatos ao Parlamento Europeu pela AD. “São um sinal de juventude, seja o Sebastião, a Ana Pedro e a Felismina, que é uma limiana de raiz. É  bom termos pessoas com garra e ideias frescas para desenvolver o nosso país”, acrescentou.
Já Francisco Assis, o número dois da candidatura do Partido Socialista ao Parlamento Europeu, passou por Alvarães, pelo portinho de Vila Praia de Âncora, Vila Nova de Cerveira, Melgaço e Valença para divulgar o manifesto socialista para a Europa e “auscultar as necessidades de um território com uma longa cooperação transfronteiriça”.
“Temos que melhorar as ligações com a Galiza e com Espanha e isso tem que passar por esta região”, declarou Francisco Assis, contando que, juntamente com outros deputados da Assembleia República, questionou o Governo se a ligação TGV entre Lisboa-Madrid “irá pôr em causa a prioridade da ligação Porto-Vigo”. “Estou convencido de que isto não vai acontecer”, afiançou, destacando a importância do programa Interreg para apoiar as regiões de fronteira. “Era preciso relançar a euroregião Norte de Portugal Galiza porque ela está um pouco adormecida. Nós, deputados portugueses, e deputados galegos poderemos dar um contributo muito importante”, afirmou Francisco Assis quando visitava a Fortaleza de Valença. nesta visita garantiu que o processo para a recuperação da fortaleza de Valença “está a avançar”. “Eu não acompanhei ainda esse processo da fortaleza, mas quase todas as obras dessa natureza têm tido fundos comunitários”, declarou Francisco Assis, contando que no périplo pelo Alto Minho visitou o novo centro cultural de Vila Nova de Cerveira. “Que é um auditório financiado pela União Europeia”, destacou, salientando que em Viana do Castelo também visitou projetos relacionados com a área da habitação. O candidato natural de Amarante salientou que pretende “estabelecer uma relação mais permanente com todos os distritos do Norte do país”. “No sentido de estar disponível para os autarcas, mundo associativo e para a sociedade civil permanentemente, como, aliás, acontece com todos os deputados de todos os partidos”, vincou, acreditando que a Europa “não deixa para trás as regiões menos desenvolvidas”. “Esse modelo de Europa materializa-se numa Europa que garante apoios, incentivos e que está atenta às regiões. Os dados socieconómicos revelam que o Alto Minho ainda é uma zona do país que ainda tem alguns atrasos em algumas áreas e, por isso, temos que olhar para esta região com mais atenção”, defendeu Francisco Assis.