Lugões, tarambelho, couçoeira, bezerreira e batatas solteiras

0
351

(Quem é do monte volta pro o monte, como o melro puxa à silvareira)

“Popular”

 

(Brandeiros de olhos cheios de memoria e pensamentos lavados pela aragem)

António Guterres

(Primeiro Ministro 1996)

 

Texto e fotos: José Rodrigues Lima

 

 

 

Ser Brandeiro Há 60 Anos

 

Ser brandeiro, hoje em dia,

Não é nada como outrora:

Tudo muda, nesta vida,

Muda o tempo e muda a hora,

E tudo quanto é bom

Muda sempre e vai-se embora.

 

Fins de Abril ou já em Maio,

Aos campos ’starem lavrados,

Todo o “mundo”, lá na Gave,

P’ra dar de comer aos gados,

Subiam-nos, cá p’ra cima,

P’ra andarem mais sossegados.

 

Uma pessoa ou mais

Cá subiam as calçadas,

Com os carros carregados

E duas vacas “cangadas”,

E outras duas a “solar”

P’ra não chegarem cansadas.

 

Um lençol e duas “mantas”;

Alguns ‘potes” ou “asados”;

Duas “broas” e um presunto;

Dois ‘Cabaços” descascados;

“Chicolateira” velhinha;

Eram os “trastes” usados.

 

Tudo isto e algo mais

Era a carga “bestial”;

Mais a traz a “abezerrada”

Subia, de forma tal,

Que a língua já não cabia

Muito bem no seu local.

 

Ao chegar aqui, à Branda,

Os “bezerros os deitavam

Nestes “cortelhos” de pedra,

E as cortes se preparavam,

Enquanto os animais grandes

Por esses montes pastavam.

 

As batatas e os centeios

Iam se ver a seguir,

Nesses “barbeitos” que estão

Misericórdia a pedir

O que o brandeiro cie outrora

Não podia consentir.

 

E o brandeiro de “tamancos’:

— E descalço — quantas vezes

Ia olhando pelas vacas,

Pelos bois e pelas “rezes’:

E tudo, à noite, “juntava”

Nesses quatro ou cinco meses.

 

José Maria Rodrigues (José Serrano)

In “Uma Vida Entre Poesia” 2007

 

 

 

 

O DIA DO BRANDEIRO foi instituído através da DECLARAÇÃO PATRIMONIAL DA BRANDA DA AVELEIRA, aquando da realização do Projeto Cultural MEMÓRIA E FRONTEIRA, em 1996.

Os homens do cajado firme no dia 3 de Agosto promovem uma assembleia festiva de anciãos brandeiros, acompanhados por familiares e forasteiros intergeracionais, e apreciadores das belezas do património natural, tendo como referencia a Branda da Aveleira, da freguesia da Gave, concelho de Melgaço, numa altitude de 1.120 metros, onde se avistam, ainda, a Branda de Vale-de-Poldros (Monção) e a Branda do Real (Arcos de Valdevez).

O conjunto da montanha é um autêntico santuário natural com testemunhos geológicos, arqueológicos, botânicos e manifestações geo-antropológicas que passam pelas cardenhas e um “modus vivendi” singular.

A branda é uma referência no património natural e no património cultural, para além da brisa que passa, abrangendo o tempo longo das marcas culturais do território montanhoso do Alto Minho. E aqui inserimos as “paisagens olfactivas”, de acordo com Carlos Fortuna (1999)

 

LINGUÍSTICA DAS BRANDAS

A linguística regista expressivos termos como: “o monte é mais bonito, porque fica mais perto do céu”; “quem é do monte volta para o monte como o melro puxa à silvareira”.

Ouve-se falar de labores com lugões, tarambelho, couçoeira, bezerreira, cardenhas, rezes, bibo, mascoto, malga do caldo de leite e ainda de batatas solteiras.

A Comemoração do Dia do Brandeiro celebra-se pela vigésima oitava vez e é um acontecimento cultural expressivo e festivo. Não faltam os gaiteiros e as concertinas numa verdadeira harmonia, onde, até as árvores autóctones com a brisa que passa, parece que batem os ramos aplaudindo os sons musicais e as vozes dos brandeiros relatando pormenores da vivência da transumância subindo com o gado da parte baixa da Gave em Abril/Maio, e descendo em Setembro/Outubro conforme as condições climatéricas.

 

NA SOMBRA DOS TEMPOS

Na Branda da Aveleira pelo período longo da história e das estórias, fazemos uma verdadeira viagem de recordações com suores e cansaços, sentindo a ancestralidade de uma estrutura histórico-cultural assinalável, evidenciando-se uma comunidade agro-pastoril.

Reconhecemos que “ser minhoto é ser celta, castrejo, galaico, pouco lusitano, mais suevo que visigodo…” (Eugénio Castro Caldas).

Saboreemos a paisagem lançando os olhares pelo território, escutando do fundo dos tempos a poesia: “Na sombra dos tempos/ os velhos sabiam/ ouvir as vozes do mundo a falar/ onde o segredo é saber calar” (P. O)

E ainda do antigo brandeiro José Maria Rodrigues: “Da Peneda até ao Mouro, / tudo é eu oh minha terra; / tens a frescura do rio e o verde escuro da serra.”

 

ARTE DA SOLIDARIEDADE ACTIVA

O acontecimento cultural faz parte do programa “Melgaço em Festa”.

Os homens do cajado firme “com os olhos cheios de memória e pensamentos lavados pela aragem”, testemunham vivências misturadas com os aromas da montanha e onde correm os ribeiros do Aveleira, Calcado e Vidoeiro.

As conversas relatam episódios vividos naquele santuário natural que é a Branda da Aveleira, onde se pode dar descanso ao corpo e paz ao espírito, alojando-se nas casas de granito recuperadas e ao serviço dos turistas, formando uma verdadeira aldeia de montanha a 1.120 metros de altitude.

Pelo território há testemunhos da arte da sobrevivência que conviveu com a arte da solidariedade ativa.

Também na montanha está a história da terra e a memória dos homens.

Há caminhos patrimoniais não rompidos onde sentimos o mítico e conhecemos a história.

 

SUBI ONDE OS MEUS OLHOS ESTÃO

A poesia de Pedro Homem de Mello vai ajudar-nos à comemoração.

Assim : “Subi às frias montanhas, / Pelas veredas estranhas / Onde meus olhos estão”.

De Miguel Torga recordou-se que “há sempre um reino maravilhoso, um mundo de primária beleza, de intimidade, que ora fugia esquivo pelas brenhas, tímido e secreto, ou sorria dum postigo acolhedor e fraterno”.

O pensamento do geógrafo Orlando Ribeiro estará presente: “Aqui se encontram também os últimos restos de deambulações do gado grosso… Um caso de povoamento desdobrado, pelas necessidades da pastagem e da cultura… Com tons cinzentos e acastanhados”.

A transumancia era sentida com esforço, suor, canseiras e comeres tradicionais, onde não faltava o caldo de leite e as batatas solteiras.

O saudoso etnógrafo alto-minhoto, José Rosa de Araújo, será recordado com as suas expressões regionalistas: “É preciso ter os olhos sem remelas e os ouvidos escabichados, para apreciar a cultura.”

Temos necessidades de descobrir “os lugares da memória e a alma dos lugares”.

O saber do geólogo Armando Moreira e do arqueólogo Eduardo da Silva ajudar-nos-ão a realizar leituras culturais nas terras altas.

 

A VERDADEIRA VIAGEM

Muitos dos participantes, por certo, seguiram a recomendação de Marcel Proust: “A verdadeira viagem não é partir para longe, mas inventar um novo olhar”.

Para a Branda de Aveleira subiu-se com o gado através do tempo secular, e aí se permanecia de Maio a Setembro, em comunhão com a natureza e recebendo o cheiro da “terra-mãe”.

Era a autêntica transumância orientada pelos brandeiros, vivendo de maio a setembro em comunhão com a natureza, percorrendo calçadas, tendo uma referência que é Fonte Seca, apesar de ter água

Para abrigo construíram-se as cardenhas. A poesia sublinha: “Estas paredes erguidas, / Pelas mãos dos nossos avós; / São muitas vidas vividas, / Que falam dentro de nós…” (D. Mello)

BRANDA E CARDENHAS

A palavra branda é um signo linguístico que alguns eruditos escrevem veranda, pois defendem que deriva de Verão.

O vocábulo branda está consagrado na geografia humana, na antropologia, na cartografia e na linguagem do Alto-Minho.

A origem etimológica do termo branda, com rigor, ainda não está determinada.

No Dicionário de Cândido de Figueiredo (Lisboa, 1913), branda significa tapada ou pastagem nas montanhas (de brando?).

Derivará do latim “veranu”, com o significado de primaveril. No Grande Dicionário de Língua Portuguesa (Lisboa, 1981), o termo branda significa pastagem da serra aproveitada pelo gado transumante no Verão (de Abril a Setembro); abrigo de pastor e o que se oferece, de noite, ao gado que no Verão sobe a serra para pastar.

O grande etnógrafo J. leite de Vasconcelos diz que branda corresponde a verãa-verenata. Pensa-se que o vocábulo terá origem pré-romana.

A palavra refere-se ao universo agro-pastoril de montanha, com características diversas e singulares, de acordo com as diferentes regiões do Noroeste Peninsular.

Mais simples parece ser o termo inverneira, referindo o local do vale, onde se recolhem as famílias das brandas, de Dezembro a Abril, durante a estação fria, ventosa, de chuva e de neve.

O facto é que nos locais altos da montanha há boas pastagens para os gados, sendo os ares mais brandos e as águas cristalinas e leves, constituindo espaços de harmonia singular.

Há a branda pastoril, de cultivo e mista (pastoril e cultivo).

A palavra cardenha ou cardanha deriva do vocábulo latino “cardo” (inis), significando coucoeira, gonzo, quício, e será uma casa térrea onde os jornaleiros dormem. Esta definição parece ser uma metonímia de gonzo.

O Dicionário de Cândido de Figueiredo diz ser preferível o emprego de cardenha, usado por Camilo Castelo Branco em “Sereia” pp. 113 e “Amor de Perdição” pp.265.

O especialista José P. Machado apresenta-o com o significado de choupana, casa pobre.

De cardo viria cardinale, que diz respeito ao gonzo ou eixo, e nesse sentido se toma a terceira vertebra cervical, também apelidada de gnício.

As cardenhas são construções rudimentares, feitas de pedra tosca que se encontra nos locais de montanha, sendo a cobertura de lajes, formando uma falsa cúpula. Muitas possuem dois níveis, sendo o de cima para dormir o brandeiro, e a parte de baixo para o gado.

Estas casarotas sem idade, cobertas de cinzentos líquens, são bem a imagem da aspereza primitiva da vida das gentes serranas, frugal e dura, revelando uma tendência ancestral inconsciente.

 

A DIÁSPORA DOS ANOS SESSENTA

Por volta dos anos sessenta muitos brandeiros jovens aderiram ao movimento demográfico, económico, cultural e político que foi a emigração, tentando orientar as suas vidas no contexto de países europeus.

Foi o período da emigração clandestina ou “a salto”, ou com “passaporte de coelho”.

As atividades da branda acentuaram a sua queda.

Para avaliar o que foi a fuga de braços jovens para as cidades europeias, basta referir que entre 1960-1965 houve no tribunal de Melgaço 803 processos e as causas eram o engajamento, a emigração clandestina a falsificação de passaportes.

Os engajadores foram homens, mulheres e padres.

Podemos sublinhar que foi uma diáspora singular e dolorosa.

Na defesa dos imigrantes clandestinos distinguiu-se o Padre Carlos Vaz com empenhamento pessoal e usando o jornal “Voz de Melgaço”, através do qual chamava atenção do governo, conseguindo duas amnistias.

Total geral de 1960/1965: 803

Destes 803 casos: 61 mulheres

201 engaja/o (h. e m.) + espanhóis

20 falsificação de passaportes

(Investigação de E. Português, J. Afonso, M. Domingues e J. Lima)

 

TESTEMUNHOS DOS GLACIARES

O território da Branda da Aveleira oferece-nos testemunhos glaciares.

“Quando o glaciar começa a retrair-se deixa na extremidade as moreias frontais e terminais as quais podem formar morros de calhaus com dezenas de metros de altura.

Podemos ver moreias de intersecção na junção do rio Vez e seu afluente no rio Aveleira.

Nas margens do curso superior do rio Vez podem observar-se também moreias laterais, de fundo e terminais”. (in Olhares Multidisciplinares-Branda da Aveleira, 2001).

Os interessados em aspetos geológicos podem concretizar “o percurso geológico da Aveleira-Gave-Melgaço verificando a riqueza do geossítio”.

 

VOLTAREMOS À BRANDA

É de referir que o convívio conta com os tocadores de concertina, portadores de espécimes raras de autênticas academias de música regional.

Os brandeiros que comungaram com estes pedaços de terra, onde cada espaço está denso de permanência e universalismo, foram os grandes protagonistas e construtores de uma trama espessa e indissolúvel, onde os fatores geológicos, geográficos, ecológicos, económicos, antropológicos e a biodiversidade operaram uma constante simbiose que contribuiu para a coesão social em que o ideário celtista deixou marcas perduráveis.

Os brandeiros foram e são homens de carácter firme, personalidades simbólicas e poéticas.

Voltaremos à branda da aveleira com J. Rosseau no pensamento: “Quando queremos estudar os homens precisamos de olhar à nossa volta; mas para estudar os homens, precisamos de aprender a levar mais longe os nosso olhar; devemos primeiro observar as diferenças para lhes descobrirmos as propriedades.”

 

DECLARAÇÃO PATRIMONIAL DA BRANDA DA AVELEIRA (1996-2016)

Ao celebrar vinte e oito anos da  comemoração do Dia do Brandeiro proclamámos de novo a Declaração que transcrevemos.

“Os brandeiros que comungaram com estes pedaços de terra, onde cada espaço está denso de permanência e universalismo, foram protagonistas e construtores de uma trama espessa e indissolúvel, em que os fatores geográficos, ecológicos, económicos e de adaptação operaram uma constante simbiose que contribuíram para a coesão social, neste conjunto harmonioso de montanha.

Celebre no âmbito ecológico ficou a Carta do Chefe Seattle, escrita em 1854 e endereçado ao então presidente americano Franklin Pierce como resposta à proposta de compra de uma grande extensão de terra índia, feita pelo grande Chefe branco de Washington

 

“… Por fim, talvez sejamos irmãos…

… Cada parcela desta terra é sagrada para o meu povo…

… Somos parte da terra e do mesmo modo ela é parte de nós próprios. As flores perfumadas são nossas irmãs, o veado, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos; as rochas escarpadas, os húmidos prados, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencemos á mesma família…

… A água cristalina que corre nos nossos rios e ribeiros não é somente água; representa também o sangue dos nossos antepassados…

… Que seria dos homens sem os animais? Se todos fossem exterminados, o homem também morreria de uma grande solidão espiritual. Porque o que suceder aos animais, também sucederá ao homem. Tudo está ligado.

Devem ensinar aos vossos filhos que o solo que pisam são as cinzas dos nossos avós. Ensinem aos vossos filhos que a terra está enriquecida com as vidas dos nossos semelhantes, para que saibam respeita-la. Ensinem aos vossos filhos aquilo que nós temos ensinado aos nossos, que a terra é nossa Mãe.

Tudo o que acontecer à terra acontecerá aos filhos da terra.”

 

Propomos para o espaço geo-cultural da Branda da Aveleira:

Que a mesma seja classificada conforme os parâmetros da proteção dos territórios naturais o montanhosos;

Que se proceda a uma florestação equilibrada com espécies autóctones e protegidas, como o carvalho, o vidoeiro, o castanheiro, o azevinho e outras;

A criação de um eco-museu em que as cardenhas ocupem um lugar de destaque, (estando já em organização);

Aproveitar a Branda para o turismo serrano e cultural, mas moderado;

Que se promova todos os anos o Dia do Brandeiro, aproveitando para o convívio e contributo valioso para a resolução dos problemas que os preocupam e para a preservação e promoção destes espaços;

Fomentar a educação patrimonial para “olhar o futuro do passado”.

 

Em 2016, acrescentamos à Declaração de 1996:

De acordo com a Carta da Terra (2000)“transmitiremos às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiem, a longo prazo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológica da Terra”;

Perspectivamos“adoptar em todos os níveis, planos e regulamentações ao desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas do desenvolvimento”;

Sugerimos o objectivo do Ano Internacional das Montanhas (2002) que preconiza “incrementar a consciência e o conhecimento dos ecossistemas de montanha, suas dinâmicas, seu funcionamento e sua importância decisiva em proporcionar alguns bens e serviços estratégicos para bem estar dos habitantes das terras altas e das terras baixas, tanto no contexto urbano como rural, particularmente o fornecimento de água e segurança alimentar”;

Conforme doutrina expressa na Encíclica “Laudato Si” (Sobre o cuidado da casa comum) (2015), do Papa Francisco: “integraremos a história, a cultura e a arquitetura de um lugar, salvaguardando a sua identidade original”.

 

ONDE O PASSADO SE ENCONTRA COM O FUTURO

Este evento chama atenção para o papel da cultura e do património no desenvolvimento social e económico e motiva os cidadãos para os valores comuns europeus.

O património rodeia-nos na paisagem, na arte, nos  objetos, nos ofícios tradicionais e no espírito dos lugares.

O grande objetivo é a divulgação, proteção e promoção das marcas culturais da diversidade europeia.

A importância é para as pessoas e comunidades conhecerem melhor a diversidade e riqueza dos nossos valores e ultrapassar fronteiras.

Pretende-se promover estratégias de desenvolvimento local, na perspetiva da exploração do potencial do património através da promoção do turismo cultural sustentável.

Na Branda da Aveleira é “onde o passado se encontra com o futuro”.

É interessante constatar que os antigos brandeiros procuram transmitir às novas gerações as suas experiências de vida, carregadas de canseiras, suores e trabalhos pastoris.

Participando no Dia do Brandeiro queremos inscrever o leitor no livro das memórias das terras altas.

Deixe-se levar pela poesia: “não é só nas grandes cidades/ que os poetas cantam bem; / os rouxinóis são da serra / e cantam como ninguém.”

E ainda, do poeta António Aleixo: “Eu não tenho vistas largas / nem grande sabedoria;/ mas dão-me as horas amargas / lições de filosofia.”

Os brandeiros são portadores de mundividências sábias e transportam memórias de homens de carácter forjados pela fadiga dos passos grandes e firmes, desafiando o tempo longo.

Constantemente ouvimos: “É por aqui. Cumprimos com a tradição dos nossos avoengos, e até podemos dizer que as suas pegadas estão envolvidas pelos suores e fadiga.

É necessário descobrir a ecologia integral, onde a natureza e as vidas dos homens do cajado firme se entrelaçam.

A Rota Cisterciense do Alto-Minho e Galiza atravessa a zona das brandas, onde os monges Mosteiro do Ermelo e Mosteiro Fiães tinham propriedades.

É de sublinhar que nos 25 anos da “comemoração do dia do brandeiro”, concretizou-se uma videoconferência intitulada “A ecologia integral” contando com a participação do grande filósofo, teólogo e ecologista Leonardo Boff pensador Brasileiro multifacetado.

O convite está feito. Venha daí com olhares largos como os brandeiros e sentirá o espanto de marcas culturais da nossa identidade.

 

PROGRAMA

 

Dia do Brandeiro 3 e 4 de agosto de 2024 – Branda da Aveleira (Gave – Melgaço)

Programa

Dia 3 (Sábado)

09h30 – Entrada do grupo Gaiteiros do Rio Mouro

10h00 – Missa

11h30 – Sessão de Abertura

Presidente da Junta de Freguesia da Gave | Agostinho Alves

Presidente da Câmara Municipal de Melgaço | Manoel Batista

Dr Rodrigues Lima

Momento Cultural “Brandeiros de olhares largos

12h30 – Cortejo Etnográfico “A transumância

15h00 – Animação Musical com rusgas

21h00 – Animação Musical com Ricardo Ferreira o Ás das Concertinas

 

Dia 4 (Domingo)

09h30 – Percurso Pedestre da Transumância

(Ponto de encontro – 09h00 no Restaurante “O Brandeiro”)

Inscrições Obrigatórias até às 15h00 do dia 5 de agosto.

Informações/Inscrições: portadelamas@cm-melgaco.pt 251465010 (Isabel Ramalhosa) | 933894259 (Agostinho Alves)

15h00 – Animação Musical com Grupos Folclóricos

17h00 – Concurso da Apanha do Porco

 

Bibliografia:

– Boletim cultural – Câmara Municipal de Melgaço, n.º 16, 2018.

– Dias, Jorge, “Rio de Onor, Comunitarismo agro-pastoril”, Lisboa, Editorial Presença, 1984

– Ferro, Gaetano, “Sociedade humana e ambiente, no tempo”. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1979.

– Jorge, Vítor Oliveira; Silva, Eduardo Jorge Lopes da; Baptista, António Martinho; Jorge, Susana Oliveira, “As mamoas do alto da Portela do Pau (Castro Laboreiro, Melgaço), Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, Porto, 1997.

– Jornal Voz de Melgaço, 1960/1970.

– Lima, José Rodrigues (coordenador), “Olhares Multidisciplinares – Branda da Aveleira”, 2001.

– Moreira, A., Simões M. “Carta Geológica de Portugal”, 1/50.000, Folha 1-D, Arcos de Valdevez.

– Oliveira, Ernesto Veiga de, “Construções Primitivas em Portugal”, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1991.

– Ribeiro, Orlando, “Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico”. Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1986.

– Sampaio, Gonçalo, “Flora Portuguesa”, Ed. 2, Porto, 1947.

– Vídeo Conferência de Leonardo Boff