Iúri Leitão nos píncaros com Rui Oliveira e Fernando Pimenta

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Os atletas Iuri Leitão (E), Rui Oliveira (C), medalhados em provas de ciclismo de pista, e Fernando Pimenta (D), atleta de canoagem nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, à chegada ao aeroporto do Francisco Sá Carneiro, na Maia, 12 de agosto de 2024.

A euforia contagiou centenas de pessoas que aguardavam os atletas olímpicos e todos quiseram ler a dedicatória ao ciclista vianense:

Iúri, o campeão

Nos pedais o destemido

Cada curva é precisão

Nas retas é um perigo

Seu talento imortal

Lutas por Portugal

É um grande campeão

Com Viana no coração

Serás para todo o sempre

A glória de uma nação

Para sempre Iúri

O grande Iúri Leitão

 

Iúri Leitão e Rui Oliveira, os campeões olímpicos de madison em Paris2024, assumiram-se “sem palavras” para a receção que os esperava no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, após uns Jogos Olímpicos históricos. “Não há palavras. Ao nível de quem é campeão olímpico. Muito bonito ver estes portugueses aqui a festejar connosco. Sinceramente, não [esperava tanta gente]. É muito especial, obrigado a todos”, disse Rui Oliveira, aos jornalistas.

Os dois ciclistas, campeões olímpicos de madison, com Leitão a trazer também a prata do concurso de omnium, demoraram a assimilar a receção por mais de um milhar de pessoas.

“É impressionante o que estamos a ver aqui. É inacreditável. (…) É a maior vitória que o ciclismo já teve na nossa história. Nunca chegámos tão alto, especialmente nos Jogos Olímpicos”, refletiu Iúri Leitão.

Para o ciclista de Viana do Castelo, de 26 anos, este momento “vai ser uma catapulta muito boa” para a modalidade, tendo os dois recordado a partida, há duas semanas, para Paris, com “um sonho” na estreia olímpica do ciclismo de pista português no masculino, depois de Maria Martins (sétima no omnium) ter inaugurado a participação em Tóquio2020.

“Há duas semanas estávamos aqui e estava praticamente vazio. Íamos com um sonho, da estreia olímpica da pista, e voltar com o ouro, na corrida mais importante. Não podíamos pedir momento mais bonito”, declarou Rui Oliveira, que na terça-feira, “às seis da manhã”, embarca para a Dinamarca.

Apesar de tudo, Iúri Leitão recorda que o “grande objetivo” era ficar entre os oito melhores, mesmo que sonhar com a medalha “é algo que todos os atletas façam”. “Trazer duas é indescritível”, reconheceu.

Ainda incrédulo, além de quase afónico dos festejos, Rui Oliveira nota os Jogos Olímpicos como “o culminar do sonho de um atleta”, depois de outras provas internacionais como Europeus e Mundiais, e trouxeram logo o ouro.

“Ainda não me cabe na cabeça que somos campeões olímpicos. Temos de desfrutar deste momento, espero que todos estejam connosco e não se esqueçam do ciclismo de pista. Em outubro, há Campeonato do Mundo, e ano após ano vamos continuar a tentar crescer”, reforçou.

O ciclista de Vila Nova de Gaia, de 27 anos, não deixa de reforçar a necessidade de que a onda de apoio que têm recebido, e que hoje se manifestou no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, continue nos próximos tempos.

“Continuem a apoiar o ciclismo de pista, continuem a apoiar as outras modalidades, em que também tivemos diplomas. Foi um grupo fantástico. Agradeço a todos, mas continuem a apoiar”, insistiu.

Já Iúri Leitão, campeão do mundo e ‘vice’ olímpico no omnium, foi questionado sobre se gostaria de receber uma receção destas todos os anos, tendo ironizado na resposta para colocar em perspetiva o feito que lograram.

“Se eu conseguisse manter essa consistência, se calhar era um dos melhores da história… Felizmente tenho tido dois, três anos muito bons. Vamos tentar manter o nível, mas é muito complicado”, explicou.