“Arcos de Valdevez é sempre o concelho com o maior número de incêndios em Portugal”

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O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez disse que o elevado número de incêndios registados todos os anos são “uma falha grave” que merece “reflexão por todos os que constituem a Proteção Civil”.

“Ano após ano, Arcos de Valdevez continua a ser destacadamente o concelho com o maior número de incêndios a nível nacional. É raro falhar a medalha de ouro nesta trágica estatística. Há assim uma falha grave que tem de ser objeto de reflexão por todos os que constituem a Proteção Civil, principalmente a nível municipal”, afirma Germano Amorim, citado numa nota enviada à imprensa.

Segundo o responsável, “não é tolerável que se aceite esta realidade como normal e sem que essencialmente se lance um debate alargado entre todos os que constituem este complexo edifício”.

“Não é igualmente aceitável que se continue a aceitar que o nível de investimento público seja tão escasso em matéria de combate, já que a prevenção e a organização territorial são evidentemente uma falha terrível”, acrescente.

Germano Amorim defende um “reforço significativo do financiamento, a montante e a jusante, em Arcos de Valdevez, que se encontra em pleno Parque Nacional Peneda Gerês (PNPG)”.

“Cada vez que ocorre um incêndio estão em risco a integridade das pessoas, seus animais e bens. Está em causa a natureza, a biodiversidade, o bem-estar das populações, a sua riqueza, a sua economia, o turismo, entre outros. Quem quer continuar a tapar o sol com a peneira que o faça, que em dias de fogo, torna-se bastante mais fácil”, avançou.

Como exemplo apontou o cenário que hoje se vive no concelho “com 222 operacionais de vários pontos do país, com 46 viaturas e apoio de oito meios aéreos a proceder ao combate a vários incêndios que lavram essencialmente a zona da União de Freguesias de São Jorge e Ermelo e que, possivelmente, afetará também a freguesia do Vale, sendo que outro incêndio em Guilhadeses deflagrou recentemente”.

Às 15:20, segundo informação na página oficial da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio que lavra desde terça-feira às 20:21, mobilizava 245 operacionais, 72 viaturas e, 10 meios aéreos.

O incêndio florestal que deflagrou às 12:00 no lugar da Feira, União das Freguesias de Ardegão, Freixo e Mato, em Ponte de Lima, está em fase de resolução.

Segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, Carlos Lima, decorrem agora as operações de rescaldo, que se deverão prolongar “por várias horas”.

Carlos Lima disse ainda que as chamas progrediram para a freguesia de Panque, no concelho de Barcelos, onde andaram “perto” de algumas habitações, mas sem as atingir. “Não houve quaisquer danos em habitações”, referiu Carlos Lima.

Às 20:00, segundo informação na página oficial da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio mobilizava 96 operacionais e 30 viaturas.

Durante a tarde, foram mobilizados também dois meios aéreos.