“Graças ao Crédito Agrícola vamos ter melhores condições para os nossos dadores”

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O Crédito Agrícola do Noroeste entregou um cheque solidário de 22 mil euros à Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo. O donativo vai ser aplicado na compra de cadeiras para utilização nas colheitas de sangue. Defensor Moura, o antigo autarca que é um elemento destacado da Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo, agradeceu a doação e explicou: “As que tínhamos já estavam muito velhas, mas vão servir para outros serviços. As novas cadeiras são elétricas e articuladas. Isso é muito importante porque, muitas vezes, as pessoas comem mal antes de dar sangue e têm tonturas. Graças ao Crédito Agrícola vamos ter melhores condições para os nossos dadores.”

O médico confessou que esta não será a última vez que a Liga recorre ao Credito Agrícola. “Há sempre coisas a pedir! Deus conserve o Paulo Pessolato e a Caixa Agrícola para continuarem a apoiar-nos”, exprimiu, lembrando a importância da dádiva de sangue e da “sensação de ajudar o outro”. “Sentir que aquela dádiva vai servir para alguém sofrer menos, ou até para se salvar, é uma gratificação extraordinária”, disse, considerando que a dádiva de sangue é “o melhor voluntariado que se pode fazer”. “Não é dar tempo. É dar um bocado do nosso corpo para ajudar outro. E salvamos muitas vidas!”, proclamou. Defensor Moura recordou os tempos em que morriam muitos doentes a caminho do Porto, porque em Viana do Castelo não havia sangue para as transfusões.

“Quase todos os dias tínhamos de transferir doentes que vinham dos vários pontos do distrito para Viana e, como não tínhamos sangue, eram transferidos para o Porto. Muitos deles não chegavam lá vivos porque não recebiam o sangue atempadamente”, contou, notando que, entretanto, a capital de distrito “evoluiu muito” nesse aspeto. “Em 1981, o hospital de Viana recebia 80 dádivas benévolas por ano. Iniciamos então uma campanha de angariação de dadores de sangue e de promoção da dádiva de sangue nos dez concelhos do distrito, fazendo palestras em associações de bombeiros, em clubes e nas igrejas. O bispo da altura deu instruções diretas aos párocos das freguesias do distrito para que eu pudesse ir palestrar no fim das missas e alguns até permitiam que falasse na altura da homilia”, gracejou, acrescentando que andou a “pregar” durante anos e conseguiu criar núcleos de dadores em todas as sedes de concelho.

“Nos primeiros 10 anos de campanha conseguimos subir progressivamente até satisfazer completamente as necessidades do hospital. Desde 1992 que o hospital de Viana é autossuficiente em sangue. Não precisamos de pedir a ninguém e, neste momento, temos 6000 dádivas por ano, que é suficiente para as necessidades totais do hospital”, assegurou. No seu entender, a população do distrito “já interiorizou a obrigação de dar sangue”. “Nós agora fazemos poucas campanhas diretas. Agora, já é boca a boca, uns dizem aos outros”, disse. José Correia da Silva, administrador do Crédito Agrícola, também salientou a importância da dádiva de sangue. “A dádiva de sangue é uma decisão muito pessoal. As pessoas querem ser solidárias e, portanto, fazem essa doação de sangue”, salientou, adiantando que a instituição costuma apoiar os hospitais de Viana do Castelo e de Barcelos. “Há uma regulamentação que incide na área social. A vertente social não é só destinada aos nossos clientes e, por isso, a própria Caixa também tem que ter esta preocupação. Temos concedido muitos apoios nesta vertente e são muitos os milhares de euros que todos os anos deixamos na sociedade. Temos distribuído os apoios por toda a nossa área de ação”, afirmou José Correia da Silva.

A cerimónia da entrega do cheque solidário contou com a palestra “Dádivas de Sangue”, por Paulo Pessolato, médico em Viana do Castelo na especialidade de hemoterapia. “Um doador não ajuda uma pessoa. Ajuda várias. Dar sangue é doar vida”, afirmou, notando que as vítimas de acidentes graves, utentes submetidos a cirurgias e doentes oncológicos necessitam de transfusões de sangue. “Temos que ter sangue para corresponder a estas necessidades. O sangue que nos é dado fica em Viana do Castelo. Uma parte dele também vai para Ponte de Lima”, realçou o médico, que agradeceu a oferta de uma carrinha pelo Crédito Agrícola do Noroeste. “Nós vamos a muitos concelhos da região e antes da oferta tínhamos que ir de táxi. Isso era um grande problema porque o sangue é uma coisa muito delicada. Temos que ter cuidado com a sua temperatura”, frisou, revelando que  a Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo ofereceu umas placas que ajudam a estabilizar a temperatura do sangue.