“Não se compreende que o Celta seja ainda a gasóleo numa linha completamente eletrificada”
O requerimento, a que a agência Lusa teve hoje acesso, dirigido ao ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, através do presidente da Assembleia da República, “considera ser necessário um investimento no material circulante, por um comboio mais cómodo, rápido e com mais oferta de horários”.
“Não se compreende que com uma linha completamente eletrificada, as locomotoras sejam ainda a gasóleo”, sublinha o requerimento, datado do dia 30 de outubro.
No documento, assinado pela deputada Marisa Matias, o Bloco de Esquerda (BE) lembra que “a ligação ferroviária entre o Porto e Vigo é assegurada pelo comboio Celta, serviço operado pela CP em conjunto com a Renfe, transportadora espanhola, tendo iniciado a sua atividade em julho de 2013”.
“Este serviço, de extrema importância para a mobilidade na região, tem sido negligenciado, o que já levou a uma declaração conjunta entre a Junta da Galiza e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, apelando aos governos centrais dos dois países investimento para melhorar o atual serviço”, refere a pergunta dirigida ao ministro das Infraestruturas.
“Existe a possibilidade de uma verdadeira cooperação ibérica para que o Celta possa funcionar em locomotivas da série 252 da Renfe?”, questiona o partido.
Para o BE, não está só em causa “o material circulante que é obsoleto, pondo em causa o conforto dos passageiros, mas também o ambiente, uma vez que as locomotivas ainda são a gasóleo, como os horários disponíveis são muito reduzidos”.
Além da substituição do Celta, o BE pretende saber para quando está prevista a aquisição de bilhetes para o comboio Celta pela aplicação e sítio da Internet da CP, em português.
“Os passageiros portugueses que queiram comprar bilhete para este comboio só o podem fazer através da página da Renfe, que tem as instruções em castelhano, ou então num balcão das estações da CP, devido ao facto de a CP estar à espera do lançamento do novo portal e aplicação móvel”, argumenta o BE.