“É muito gratificante para o Hospital da Luz entregar este desfibrilhador à escola de Cerveira”
O Hospital da Luz ofereceu à Escola Básica e Secundária de Vila Nova de Cerveira um desfibrilhador automático externo (DAE), um equipamento salva vidas que já está à disposição da comunidade escolar. A oferta do aparelho foi precedida de sessões de formação e treino, não só para alunos como para os seis assistentes operacionais que estão habilitados a manusear o aparelho.
Foi há um ano que o Hospital da Luz começou esta parceria com a Escola Básica e Secundária de Vila Nova de Cerveira, com ações de sensibilização e treino em Suporte Básico de Vida para os alunos, uma iniciativa coordenada pela professora Teresa Silva. Simultaneamente, seis assistentes operacionais receberam formação certificada pelo INEM para ficarem habilitados a poderem manusear o desfibrilhador automático externo. Esta parceria surgiu através do projeto “Para uma escola mais segura – juntos vamos salvar vidas” e insere-se no âmbito das iniciativas de responsabilidade social do Hospital da Luz.
“Seguindo um dos nossos lemas que é ‘salvar vidas’, queremos fazer isso não só dentro das nossas unidades hospitalares, mas também fora delas, ou seja, junto da comunidade, das escolas e nos eventos desportivos”, sustentou Sérgio Viana, administrador do Hospital da Luz Póvoa de Varzim e Clínica de Cerveira, vincando que o objectivo é alargar este projecto a outras localidades.
“Temos mais insistência a norte, mas também queremos propagar este projecto para as unidades que temos a sul”, salientou o administrador, vincando que o feedback tem sido “muito positivo”. “É um apoio que, efectivamente, as escolas ou os clubes não têm por parte dos organismos públicos. Na verdade, são coisas simples que os nossos organismos públicos deviam estar mais atentos, mas têm muitas solicitações e não conseguem atender a todas e nós estamos a dar esse apoio”, considerou.
Para além de oferecer o desfibrilhador, o Hospital da Luz garante a manutenção anual do aparelho, bem como a formação contínua dos operacionais que estão aptos a manuseá-lo. “Há um processo de formação. Não é qualquer pessoa que consegue manusear o DAE porque há um conjunto de passos que é preciso seguir”, salientou Sérgio Viana, vincando que numa escola da Póvoa de Varzim já houve necessidade de usar o desfibrilhador, num caso que envolveu uma jovem de 15 anos. “Já estava pronto a ser usado, mas o INEM chegou tão rápido, porque estava mesmo muito perto, que não foi necessário. Usaram o deles e conseguiram reverter a paragem cardiorrespiratória e a jovem, hoje em dia, está bem. Um caso destes pode acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora e se a escola tiver este equipamento a probabilidade de salvar uma vida é muito maior. Todos percebemos que o DAE pode fazer a diferença”, revelou.
A paragem cardiorrespiratória constitui uma das principais causas de morte em todo o mundo e as manobras de Suporte Básico de Vida e o recurso a DAE aumentam substancialmente a probabilidade de sobrevivência das vítimas, quando iniciadas nos primeiros minutos após a paragem cardíaca. Segundo dados do INEM, a grande maioria dos estabelecimentos de ensino em Portugal não possui DAE.
“Alunos sabem como reagir e actuar”
Pedro Linhares, diretor geral do Hospital da Luz Póvoa de Varzim e Clínica de Cerveira, mostrou-se satisfeito com o retorno da comunidade educativa relativamente à oferta deste novo equipamento e a todas as acções que o projecto envolveu. “É muito gratificante participar nesta ligação à comunidade escolar de Vila Nova de Cerveira, onde temos a clínica, que funciona bastante bem e com o reconhecimento da comunidade”, salientou, vincando que a empresa tem reforçado as políticas de ligação e apoio à comunidade, nomeadamente nas localidades onde tem unidades hospitalares ou clínicas. “Apoiamos instituições que consideramos relevantes para estes meios, quer sejam na comunidade escolar, desportiva ou cultural. Esperamos que não faça falta ser usado, mas se for necessário está cá”, vincou.
Este projeto do Grupo Luz Saúde arrancou na Póvoa de Varzim e Vila do Conde em 2022 sob a responsabilidade de Mónica Azevedo, da Direcção de Marketing do Hospital da Luz Póvoa de Varzim. Quatro escolas destas duas localidades já se encontram equipadas com DAE, num processo que implicou a certificação de 24 operacionais de DAE e formação a cerca de 500 alunos sobre Suporte Básico de Vida. O projecto foi estendido depois a uma escola de Amarante, duas em Guimarães e agora também à escola de Vila Nova de Cerveira.
Artur Teixeira, director do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Cerveira, congratulou-se com o facto da escola ser das primeiras instituições de ensino a ter este equipamento disponível. “Fomos agraciados com esta parceria. As oportunidades têm que ser aproveitadas e agradecemos ao Hospital da Luz”, declarou o docente, que não tem dúvidas da mais-valia desta parceria e garante que não foi difícil convencer os assistentes operacionais a fazerem formação para poderem manusear o desfibrilhador. “Temos assistentes operacionais e docentes que estão muito preocupados com estas situações e estas ocorrências podem, de facto, suceder”, explicou, realçando o trabalho da professora Teresa Silva, considerando que foi “essencial para que se pudesse implementar o projecto”.
Notando que “a formação cabe em todo o lugar”, Artur Teixeira não tem dúvidas que, como instituição de ensino, essa mensagem tem que ser passada aos alunos. “Neste caso, houve um ensino transversal de competências que os alunos levam consigo para a vida activa. Mesmo fora da escola, sabem que há certas formas de reagir e de actuar, mesmo sem este equipamento e ficaram muito conscientes de como actuar e que têm que estar preparados”, salientou o docente.
Artur Teixeira considera que a comunidade educativa está mais prevenida com este novo equipamento e espera que outras parcerias possam dar novos frutos. “Estamos de portas abertas a mais situações deste género, que possam fornecer mais equipamentos e valências à escola e, desta forma, à comunidade escolar e à comunidade de Vila Nova de Cerveira em geral”, realçou, desejando que outras empresas possam replicar o exemplo do Hospital da Luz, tendo em conta as limitações financeiras das escolas. “Como a sociedade civil pretende que a escola responda às necessidades do mercado e da vida social e activa, por vezes também é necessário trazer isso para a escola, com formação, experiência e outras visões, e com parcerias deste género poder apetrechar a escola, seja em que área for”, realçou