Adeptos do Maria da Fonte e seniores de Odivelas fizeram a festa no Santoinho

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Mesmo depois de mais de 50 anos, o arraial do Santoinho continua a receber visitantes pela primeira vez. De Odivelas e da Póvoa de Lanhoso, duas excursões com mais de uma centena de visitantes estiveram no mais recente arraial. Uns mataram saudades das tradições minhotas e outros estrearam-se a experimentá-las.

Mais de 50 seniores da União de Freguesias de Pontinha e Famões, no concelho de Odivelas, acabaram um dia cheio de actividades, incluindo um baptismo de voo entre Lisboa e Porto, no Santoinho. “Este é um dos locais de grande interesse para a diversão dos nossos seniores. A maior parte deles não conhecia o Santoinho e eu também não”, confessou Jorge Nunes, presidente da Junta da União de Freguesias de Pontinha e Famões, admitindo que, depois do baptismo de voo, os seniores iriam sentir um “baptismo do Vira”. “Já conhecia o Santoinho pelo nome e algumas fotografias, mas vendo ao vivo é muito interessante”, considerou o autarca.

O motorista do autocarro desta excursão, que também se juntou à festa, já sabe de cor o caminho para o arraial. “Estou quase sempre aqui metido, principalmente no verão. Em 28 anos que trabalho nisto, já devo ter vindo aqui mais de 200 vezes. O Santoinho é espetacular, é a animação pura, recomendo a toda a gente”, contou.

Da Póvoa de Lanhoso, uma excursão com mais de 80 adeptos e simpatizantes do Sport Clube Maria da Fonte escolheu o Santoinho para fazer uma festa de angariação de fundos para o clube, na véspera do derby com o Vieira Sport Clube. Cristina Fontes foi uma das adeptas que quis experimentar malhar milho. Coube à amiga Celeste Ferreira gravar o momento. “É a primeira vez que estou no Santoinho e quis logo entrar a malhar. Foi a primeira vez que também malhei”, gracejou a adepta. A amiga Celeste já visitou o Santoinho “várias vezes” e reconhece que o convívio e a diversão são os motivos que a fazem regressar.

Com 70 anos, Arlinda Fernandes foi outra das adeptas excursionistas e matou as saudades da malhada do milho. “Quando era jovem, malhava na eira com o meu pai, por isso, quis voltar a experimentar”, justificou a simpatizante do clube, que também esteve pela primeira vez no Santoinho. “O malho é que é um bocado comprido. Antigamente, o que eu usava tinha uma corda mais curta e dava mais jeito”, disse. À mesa onde Arlinda se sentou, houve adeptos descontentes com as filas que tiveram de enfrentar para ir buscar comida, mas, no final das contas, sobrepôs-se a boa disposição em torno do apoio ao clube.

Amaro Leite, presidente do SC Maria da Fonte, também se associou à festa dos adeptos no Santoinho e reconheceu a importância de “Nelinha”, directora do clube, na organização desta excursão pensada para angariar fundos. “Como ela vendeu mais lugares do que os disponíveis no autocarro, ainda tivemos de trazer uma carrinha do clube atrás”, contou o dirigente, admitindo que “no Santoinho vive-se um ambiente Minho que faz sentir em casa”. “A Maria da Fonte era uma mulher de armas e festeira, por isso, acho que ia gostar de estar aqui. As mulheres da Póvoa de Lanhoso têm um bocadinho de Maria da Fonte, como é o caso da nossa directora Nelinha”, gracejou o presidente, adiantando que o objectivo do clube é subir ao Campeonato de Portugal, no próximo ano. “Era uma bela prenda para o centenário do Maria da Fonte, que depois já podia jogar contra o Vianense e Limianos”, referiu.