Luzes, chocolate e duendelândia deliciam Valença
Valença já está completamente imbuída do espírito natalício. A Feira do Chocolate faz as delícias de todos no interior da Fortaleza e no Jardim Municipal os miúdos podem dar asas à imaginação na Duendelândia. As ruas também já estão iluminadas, destacando-se a árvore multimédia e a Estrela Guia, junto à Rotunda da Trapicheira.
Foi ao presidente da Câmara Municipal, José Manuel Carpinteira, ladeado pelos demais vereadores no Coreto do Jardim Municipal, a quem coube a tarefa de carregar no botão que ligou a iluminação de Natal, antecedida pelo coro da imensa multidão que fez a contagem decrescente para o momento. O Ensemble de Sopros da Academia de Música Fortaleza de Valença subiu ao mesmo coreto para entoar melodias que recordam o Natal, a época de recolhimento e convívio. No Jardim Municipal decorre também o mercado de Natal e a Duendelândia, um espaço dedicado aos mais novos.
No dia em que foram ligadas as luzes, o cheirinho doce do chocolate voltou a envolver a Fortaleza. Dezenas de expositores mostram os seus melhores produtos, não faltando chocolate quente para beber, de churros acabados de fazer e crepes, feitos no minuto e ao gosto do cliente, numa iniciativa que decorre até ao próximo dia 8 de dezembro entre a Praça da República, Largo do Governo Militar, Baluarte do Faro e Largo do Bom Jesus.
“É uma tradição ainda recente, mas que está cada vez mais na agenda da nossa Eurocidade e da Euroregião, porque muita gente vem de propósito a Valença nesta altura. Muitos autocarros passam aqui por Valença, com pessoas que vão ver as luzes em Vigo e já têm no seu programa uma paragem também aqui em Valença”, afirma o edil de Valença, na abertura da Fortaleza do Chocolate, que marca de forma diferente a programação festiva para promover o comércio local.
“Valença também tem tradição de chocolate. Havia uma fábrica de chocolate, o chocolate Valenciano e o chocolate Farruco, que era muito bom e muito procurado, há muitos anos. O chocolate não aparece aqui por acaso, há uma tradição e há muita gente que ainda tem essa memória dessa qualidade de chocolate”, reforça José Manuel Carpinteira.
Na Fortaleza de Chocolate de Valença há expositores locais e outros de fora do concelho e candidatos não faltam. “Há uns produtores locais que também estão aqui neste certame e é importante para Valença. Não aceitamos mais inscrições porque o espaço aqui na Fortaleza é pequeno para estas exposições. Estão todas aquelas que podem estar, queriam estar muitas mais, mas temos de fazer alguma seleção também”, observou o edil.
Na Fortaleza de Chocolate de Valença há expositores locais e outros de fora do concelho e candidatos não faltam. “Há uns produtores locais que também estão aqui neste certame e é importante para Valença. Não aceitamos mais inscrições porque o espaço aqui na Fortaleza é pequeno para estas exposições. Estão todas aquelas que podem estar, queriam estar muitas mais, mas temos de fazer alguma seleção também”, observou o edil.
Churros a domicílio na década de 40? Não era uma App, era o avô de Mário
Mário Araújo, natural de Valença, é neto daquele que terá sido o primeiro vendedor de churros porta-a -porta em Valença, há cerca de 80 anos. João Silva, o avô, viera de Espanha, onde tinha estado a trabalhar e provavelmente conheceu a ‘fórmula’ deste snack tão apreciado pelos espanhóis (e portugueses), e resolveu tornar as manhãs de domingo mais produtivas. Fazia-o de forma criativa e, quiçá, das melhores estratégias de fidelização do cliente que havia à altura.
“Ia à casa das pessoas e deixava os churros. As pessoas queriam pagar-lhe, mas ele dizia que pagava no domingo seguinte porque, assim tinha outra dúzia vendida”, conta Mário Araújo, lamentando que os hábitos de hoje não lhe tornariam as caminhadas de domingo tão lucrativas quando foram do seu avô naquele tempo. “Agora a juventude, quando se deita são seis, sete da manhã. Já nem os pais têm esse hábito. Não ia aparecer ninguém, agora a juventude dorme mais”, atira.
Ainda assim, a tradição de os fazer e vender em festas e ao domingo na Fortaleza de Valença, junto ao edifício que alberga o serviço de apoio ao munícipe, foi perdurando, agora (desde 2019) sob a marca Churraria Parada Velho. “Do meu avô passou para os meus pais, dos meus pais passou para mim e para um irmão meu. Agora já vamos na quarta geração, com o meu filho”, conta, garantindo que a receita (da massa) ainda é a mesma desde o tempo do avô e a cobertura de açúcar e canela também. Uma autêntica viagem aos sabores do início do século XX. “A massa é feita com o carinho que a gente põe, por ser um bom produto. É feita à mão porque depois, ao fritar, fica crocante, desfaz-se na boca”, diz Mário Araújo.
No verão marca presença com o seu stand nas festas concelhias e percorre os municípios do vale do Minho, de Cerveira a Monção. “Temos muitos clientes espanhóis, e alguns deles vêm até aqui (à Fortaleza) só para nos comprar os churros, ao fim-de-semana. Isto já nem é pelo dinheiro, é para não deixar quebrar a tradição que era de família, que nos engrandece, a mim e ao meu filho, que quer dar continuidade”, justifica o fabricante do doce que ajuda a somar mais um motivo para visitar a fortaleza de Valença ao domingo.
No verão marca presença com o seu stand nas festas concelhias e percorre os municípios do vale do Minho, de Cerveira a Monção. “Temos muitos clientes espanhóis, e alguns deles vêm até aqui (à Fortaleza) só para nos comprar os churros, ao fim-de-semana. Isto já nem é pelo dinheiro, é para não deixar quebrar a tradição que era de família, que nos engrandece, a mim e ao meu filho, que quer dar continuidade”, justifica o fabricante do doce que ajuda a somar mais um motivo para visitar a fortaleza de Valença ao domingo.
Há negócios que são uma creparia… de sucesso
Daniel Pinto, natural de São Pedro da Torre é proprietário da creparia Barbas de Chocolate desde 2013. Desde 2019, tem espaço físico na Fortaleza de Valença, mas é na roulotte equipada para o efeito que garante as épocas altas, em festas, feiras, eventos privados, para empresas, batizados, casamentos. A originalidade de cada pessoa dirá.
Apesar de haver “cada vez há mais concorrência”, Daniel diz que a receita com que começou há 11 anos se mantém e com ela tem de fidelizar clientes. Sinais de uma boa aceitação para um estreante que a essa altura (2013) trabalhava numa área completamente diferente.
Apesar de haver “cada vez há mais concorrência”, Daniel diz que a receita com que começou há 11 anos se mantém e com ela tem de fidelizar clientes. Sinais de uma boa aceitação para um estreante que a essa altura (2013) trabalhava numa área completamente diferente.
“Foi um negócio que surgiu um bocadinho do nada, porque eu nem estava ligado a este ramo, era comercial. Na altura achei que aqui na zona de Valença ainda não havia nada deste tipo de negócio e era algo a explorar. Até hoje, foi uma aposta certa, não há a menor dúvida. Não sabemos o dia de amanhã, mas tudo indica que é para continuar a trabalhar e a fidelizar clientes”, perspectivou o comerciante de 31 anos.