Arraial inédito no Santoinho este sábado para lembrar António Cunha

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Emocionado depois de o Rancho Folclórico das Lavradeiras de Vila Franca ter homenageado o pai com a oferta de um cesto da Festa das Rosas, Valdemar Cunha anunciou a realização do “Arraial de António Cunha”, a 7 de dezembro, e lamentou que a autarquia se tenha esquecido daquele que foi não só o primeiro presidente de Câmara eleito no pós-25 de Abril, mas também um impulsionador em diversas áreas, como no turismo, nos transportes e na restauração.

“O Santoinho inicia-se em maio e acaba quase no inverno. Mas este ano vamos fazer uma festa fora de época para lembrar o centenário de António Cunha, já que a cidade não o lembra”, desabafou Valdemar Cunha.

“António Cunha foi um grande presidente de Câmara. Um homem que desenvolveu o turismo. Sinto-me triste. Viana do Castelo foi o baluarte pelas mãos de António Cunha, que abriu a primeira Comissão Regional do Turismo. E fecharam-na. E hoje estamos entregues ao Porto, que nos esqueceu”, continuou.

Valdemar Cunha lembrou ainda que, ao longo dos meses de Santoinho, são muitos os autocarros que chegam a Viana do Castelo com um sem fim de forasteiros.

“Eles invadem a nossa cidade todos os sábados, desde maio até à época baixa, até à época em que só temos gaivotas na cidade, em que está tudo à espera das Festas da Agonia. O Santoinho tem festa todos os sábados. O Santoinho é uma oferta turística. A Romaria está aqui. O Santoinho merece respeito”, atirou, acrescentando que Viana do Castelo devia pensar como é que vai encher hotéis durante os meses de inverno e “recordar como é que funcionava a Comissão Regional do Turismo”.

“O Santoinho é festa todos os dias. É um parque aberto. É uma área florestal. É uma área museológica. É o Espigueiro. É a Praça das Concertinas. É um espaço que, principalmente no verão, as pessoas sentem como sendo delas. E é isso que me congratula”, afirmou.

Valdemar Cunha assegurou também que “este ano foi fantástico” e ressalvou que não está preocupado com a vertente financeira, porque “a parte financeira só é importante para se reinvestir em todo este património” e preservá-lo para as gerações vindouras.

“O Santoinho é isto. Era com o meu pai. E vai ser com o meu sobrinho. Eu tenho uma paixão enorme por esta região. Eu vendi a nossa região durante muitos anos. Fazíamos os nossos congressos, os nossos eventos. Fazíamos reuniões permanentes para vermos como é que podíamos resolver os problemas no turismo”, recordou.

Sobre o próximo ano, Valdemar Cunha explicou que quer manter o conceito do Santoinho inalterável. “O Santoinho vai continuar com esta alegria, com este convívio. Os romeiros existem. Os netos vêm com os avós. Isto já eternizou. E a perspetiva é continuar assim, sem qualquer alteração… Sempre foi assim, desde há 52 anos, e vai continuar assim”, garantiu, lembrando um episódio que viu, recentemente, e que o marcou.

“Ainda há dias tivemos aqui um rancho da Póvoa de Lanhoso. Eles começaram a cantar no autocarro, estiveram na fila, durante uma hora, a cantar, e entraram aqui a cantar. Isto diz tudo”, concluiu.