Dador da Liga dos Amigos do Hospital de Viana já deu quase 70 litros de sangue
A Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo comemorou 43 anos com uma gala de homenagem a voluntários, dadores de sangue e também amigos beneméritos que, neste último ano, conseguiram juntar um total de 70 mil euros que a Liga converteu em materiais e equipamentos para diversos serviços hospitalares. Ao todo, nestes anos de atividade, foram angariados mais de 1,2 milhões de euros e o número de dadores de sangue aumentou de 80, em 1981, para mais de 6 mil em 2024.
Armindo Abreu, de 63 anos, destacava-se entre o conjunto de dadores homenageados. No total, este dador registou 135 dádivas. “Já tinha dado na tropa, mas a primeira registada foi no dia 25 de maio de 1984. O meu pai estava internado, teve de amputar uma perna e precisava de sangue”, recordou. Desde então, começou a dar sangue de três em três meses. Já lá vão 40 anos. “Só parei uma altura em que tive de ser operado à coluna. Estive seis meses sem dar. De resto, tenho dado sempre. E vou continuar. Pelo menos até aos 65 anos, que é o limite”, garantiu Armindo, que, meio litro de cada vez, já deu quase 70 litros ao longo da vida e ajudou a salvar inúmeras pessoas. “Dou sangue para salvar vidas. E acho que todas as pessoas deviam dar sangue. É uma coisa que não faz confusão nenhuma. Não dói. Só se sente a picadinha da agulha, mais nada”, disse ainda Armindo, que se reformou há dois anos, depois de muitos a trabalhar nos Estaleiros.
Perto dele, havia um outro dador de três dígitos. Américo Esteves. Mais de cem dádivas. Mas preferiu dar destaque a Armindo. “Acho que ele é que merece todo o reconhecimento. São 135 dádivas. Quase 70 litros de sangue”, realçou, impressionado.
Maria Elisete é voluntária há cerca de 15 anos. Trabalhou como bancária e, depois de se reformar, e como a Liga precisava de pessoas para ajudar, decidiu dar o seu contributo. Está na área do atendimento uma vez por semana.
“Adoro trabalhar em prol dos outros. Adoro fazer bem ao outro e trabalhar em prol do outro. E é a última coisa que deixarei de fazer na minha vida. Quero estar sempre presente no voluntariado”, afirmou.
Juvelina Ribeiro, professora reformada de 1.º ciclo, juntou-se à Liga há 20 anos. “Uma das minhas filhas foi operada no Hospital Maria Pia, com 11 anos, e, quando estive com ela, havia uma professora que ia lá animar os meninos. Achei uma ideia tão gira que decidi que, quando me reformasse, iria fazer o mesmo”, revelou.
Ao lado dela, Olívia Moreira, voluntária há 19 anos, também falou sobre a sua experiência. “Eu e mais duas colegas abrimos o serviço de atendimento e de acompanhamento dos doentes, com o doutor Rocha, porque sentíamos que eles andavam muito perdidos no hospital, por falta de literacia, de visão ou por medo”, recordou.