“Em Ponte de Lima, fazem mais falta as creches do que os polos empresariais”

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A Câmara Municipal de Ponte de Lima aprovou, por maioria, o orçamento de 53,5 milhões de euros para o próximo ano, um montante que supera o do ano passado em mais de três milhões de euros e que aponta como prioridades os sectores da educação e acção social, estando, também, previsto o aumento, para o dobro, dos apoios às Juntas de Freguesia e instituições. O documento contou com o voto contra do vereador do PSD e as duas abstenções dos eleitos do Ponte de Lima Minha Terra, que mantiveram uma acesa discussão com o presidente da Câmara.
“Trata-se de um aumento de 8% em relação ao plano do ano passado: passamos de 50 milhões para 53.5 milhões. Isto sem as integrações de saldo e os processos aprovados”, explicou Vasco Ferraz, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, pormenorizando alguns dos investimentos. “Temos um aumento considerável nas áreas da cultura, da educação, do desporto e ação social, que passa de 32% para 39,2% do valor do nosso orçamento, o que é extraordinário!  Aumentamos para o dobro a transferência de verbas para as juntas de freguesia este ano e prometemos fazê-lo novamente para o ano, através deste orçamento: um aumento de 4 milhões de euros para cerca de 8 milhões de euros. Além disso, aumentamos também as transferências correntes para as nossas instituições, sejam elas as culturais, sociais ou cooperativas, em cerca de 50%”, explicou o edil limiano. Vasco Ferraz referiu, ainda, que a “despesa corrente diminuiu em cerca de 4% em relação ao ano passado” e que “a receita corrente aumentou em cerca de 3%”.
Antes da discussão sobre o Plano de Actividades e Orçamento, Zita Fernandes confessou que o PLMT não tinha ainda decidido qual seria a sua posição e preparou várias questões para colocar ao líder do executivo. “No orçamento de 2024, colocou várias medidas que nós consideramos importantes e, com base nisso, votamos a favor, mas, na realidade, só duas das mais importantes é que saíram do papel e isso deixou-nos neste dilema”, começou por explicar a vereadora do PLMT. “Vai este plano, à semelhança do anterior, ser um plano de intenções ou de execuções?”, questionou.
Vasco Ferraz prontificou-se a responder. “O nosso orçamento é sempre um conjunto de intenções, porque não está, única e exclusivamente, dependente de nós. Está dependente da capacidade de irmos aos fundos comunitários, e isso depende muito da nossa vontade e da nossa competência, mas também da abertura dos mesmos, porque enquanto eles não abrirem, nós não conseguimos aceder”, explicou.
Pedindo esclarecimentos sobre outras questões, Zita Fernandes afirmou que o PLMT tem uma visão “muito diferente” no que diz respeito à área da economia. “O presidente diz que vão acrescentar dois parques empresariais em Arcozelo e Calheiros. Este era um dos nossos pilares, uma proposta nossa que eu acho que seria importante para dinamizar determinadas regiões e para dar outra viabilidade económica a algumas empresas. Ela já tinha saído no orçamento passado e nós votamos a favor, mas o problema é que ela não saiu do papel”, explicou.
“Não saiu do papel porque não conseguimos a transmissão da propriedade e esta não é uma proposta vossa, nem uma proposta nossa, mas sim uma proposta de continuidade. Está vertida no plano há 10 anos, quando ainda estávamos longe de perceber a possibilidade da existência de um movimento do PLMT”, retorquiu, por sua vez, o presidente da Câmara.