“Nova ETAR é decisiva para o cumprimento dos objetivos de sustentabilidade de Braga”
Foi lançada, esta semana, a primeira pedra que marca o arranque da construção do emissário e ETAR do Este, em Braga, numa cerimónia que contou com a presença de Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia.
Trata-se de um investimento global de 30 milhões de euros, com um prazo de execução de um ano e meio.A obra terá comparticipação comunitária de nove milhões de euros, valor que, segundo o presidente da Câmara, Ricardo Rio, poderá conhecer um reforço “substancial”.A nova ETAR ficará localizada junto às estradas circulares da cidade de Braga, na freguesia de Celeirós, drenará para a bacia hidrográfica do rio Ave e terá capacidade de tratamento dos esgotos de cerca de 200 mil habitantes.Segundo a AGERE, “irá eliminar as atuais descargas indevidas, constituindo, em conjunto com a ETAR de Frossos, a garantia de capacidade de tratamento e de descarga necessárias para o cumprimento da Diretiva Águas Residuais Urbanas no respetivo sistema”.“Com esta nova ETAR serão obtidos elevados benefícios ambientais e de saúde pública”, sublinha a empresa.A atual ETAR, em Frossos, foi construída em 1991 para uma população de 165 mil habitantes, capacidade reforçada para 230 mil habitantes em 2005, mas atualmente apresenta “sérias limitações operacionais”.”Tendo em atenção o crescimento populacional do concelho de Braga, esta infraestrutura será dotada das mais recentes e inovadoras tecnologias na área do tratamento das águas residuais e da sustentabilidade, uma vez que integra também a produção de energia para autoconsumo, bem como a produção de água para reutilização. Este avanço tecnológico terá ainda um impacto direto na melhoria da qualidade das massas de água locais, contribuindo também para a preservação dos ecossistemas e para o cumprimento das metas impostas pela Diretiva Águas Residuais Urbanas”, sublinha a AGERE, acrescentando que “outro aspeto relevante do projeto é a introdução de medidas que aumentam a resiliência do sistema de saneamento face a fenómenos climáticos extremos, como cheias e picos de precipitação, promovendo uma adaptação mais eficaz às alterações climáticas”.Alexandra Roeger, presidente do Conselho de Administração da AGERE, destacou a importância estratégica desta obra, afirmando que “este projeto demonstra a capacidade da AGERE em aliar o crescimento urbano e económico à proteção ambiental, assegurando a construção de uma infraestrutura decisiva para o cumprimento dos objetivos de sustentabilidade do concelho”.
Durante a reunião de Câmara que aprovou o projecto, o vereador do PS Artur Feio criticou o facto de a obra da ETAR propriamente dita ainda não avançar, sublinhando ainda que a estrutura não ficará concluída após 12 anos de liderança de Ricardo Rio. “Era uma promessa eleitoral”, referiu. Lembrou que a nova ETAR é uma necessidade há muito identificada, já que a que atualmente existe é “altamente deficitária”, o que provoca descargas para o rio Cávado.“Doze anos depois, estamos ainda sem obra, ainda há problemas com a propriedade dos terrenos”, apontou.
Ricardo Rio contrapôs que, quando herdou a câmara do PS, “não havia uma linha escrita sobre o projeto”.“Houve uma enorme incúria dos anteriores responsáveis da câmara e da Agere [empresa de águas, efluentes e resíduos de Braga]”, referiu.