“Minho perde financiamentos por não ser Área Metropolitana”
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, revelou que estão a ser dados passos para a criação da área metropolitana do Minho e sublinhou que “a região tem perdido financiamentos por não ter aquele estatuto”.
Em declarações aos jornalistas no final da assinatura de um memorando de entendimento entre as comunidades intermunicipais (CIM) do Cávado e Ave, Ricardo Rio disse que “cada passo destes é um caminho” para chegar à área metropolitana.
“Naturalmente que essa área metropolitana tem de fazer sentido também do ponto de vista operacional, não apenas do ponto de vista conceptual, e cada passo destes é um caminho para lá chegar”, afirmou.
Rio, que é também presidente da CIM do Cávado, disse que não fazem sentido as “assimetrias em termos de distribuição de recursos” entre o Minho e das duas áreas metropolitanas do país. “Atendendo às características deste território e à dinâmica que tem, não faz sentido ter as assimetrias que existem em termos de distribuição de recursos face àquelas que são as duas áreas metropolitanas”, vincou.
Presente na cerimónia, o ministro da Coesão, Manuel Castro Almeida, “apontou” também o caminho da área metropolitana para a região. “Acho que [pelo] dinamismo, a atividade que se vê nesta zona, eu diria que o Cávado está a caminho de ser uma área metropolitana, está a percorrer o percurso de uma área metropolitana”, referiu.
O memorando de entendimento prevê a concertação de projetos e ações conjuntas entre as CIM do Cávado e do Ave, em matérias, desde logo, como obtenção de financiamento.
“Estamos a falar de ganhar escala, por exemplo, para financiamentos ao Banco Europeu de Investimento, para a concretização de investimentos públicos”, explicou Ricardo Rio. Transportes, inovação e proteção civil são outras das matérias previstas no memorando.
As duas CIM propõem-se ainda pugnar pela criação de um grupo de trabalho para avaliação do papel das entidades intermunicipais e reforço de competências para o futuro, que reflita um novo paradigma na gestão de recursos humanos, compras públicas, ordenamento do território, ambiente e cultura.
O presidente da CIM do Ave, Domingos Bragança, também colocou a tónica na necessidade dos ganhos de escala, enfatizando as matérias do transporte público de passageiros e a ligação de ligação à futura estação de alta velocidade. As CIM do Cávado e Ave representam mais de 846 mil habitantes, numa área total de 2.673 quilómetros quadrados.