De Nogueira, em Viana do Castelo, Miguel Silva deu o salto para Barcelos, onde joga na equipa de juniores do Gil Vicente. Jovem promissor de 18 anos, que começou a jogar à bola no Torre SC e na AD Barroselas, Miguel sonha chegar à I Liga, com o emblema dos galos ao peito.
Miguel Silva começou a jogar futebol inspirado pelos jogos que via na televisão, aproveitando os intervalos das aulas como os colegas de escola. “Sempre tive aquele bichinho do futebol e chegou uma altura em que pedi à minha mãe para me colocar numa equipa e ela inscreveu-me no Torre SC”, recordou. Miguel permaneceu no Torre SC por cerca de quatro anos, mas a busca por melhores condições levou-o a Esposende, onde fez duas épocas pelo Fão. Seguiu-se a AD Barroselas, onde esteve uma época. “No Barroselas, a época correu lindamente. Fomos campeões da taça e do campeonato, alcançando a subida para a segunda divisão nacional”, destacou, com orgulho. O sucesso no Barroselas consolidou-o como um jogador promissor e um jogo de treino frente ao Gil Vicente abriu novas portas. “O convite do Gil surgiu porque, no inicio da época no Barroselas, fizemos um jogo de treino frente ao Gil Vicente e o treinador gostou de mim, mas não disse nada. No final da época, convidou-me para jogar pelo Gil”, contou, assumindo que a mudança para o clube dos galos foi algo em que pensou duas vezes. “Não foi uma decisão fácil porque, no Barroselas, íamos disputar uma divisão nacional, ou seja, ia trocar a possibilidade de jogar numa divisão nacional para jogar numa distrital. No entanto, eu já conhecia o treinador do Gil Vicente que era o Frederico Xavier e, como nos dávamos muito bem, ele convenceu-me a ir para lá. Para além disso, eu tinha amigos que jogavam no Gil e estavam sempre a mandar-me mensagem para ir para lá jogar”, explicou o jovem jogador de 18 anos. “Felizmente, a adaptação foi rápida. Todos me acolheram muito bem”, garantiu.
Das três épocas em que está no Gil Vicente, Miguel admite que a mudança dos sub-17 para os sub-19 foi a que causou maiores dificuldades. “Foi complicado porque nunca tinha jogado a este nível. Passei de jogar numa distrital para uma nacional e no inicio sentia muito nervosismo. Mesmo a nível de jogadores, no plano técnico e tático, foi uma diferença bastante acentuada”, contou, frisando que acabou por encontrar o seu espaço na equipa, estando agora a fazer a sua melhor época. “Tenho jogado frequentemente e sempre os 90 minutos. Somos uma equipa que trabalha diariamente para melhorar e somos muito unidos, dentro e fora do campo”, explicou, recordando um dos grandes momentos desta época. “Um jogo que me marcou muito nesta época foi frente ao SC Braga, em casa, quando fui capitão pela primeira vez. Poder usar a braçadeira é sempre importante porque significa que realmente és importante para a equipa e que és um exemplo. O meu grande objetivo é mesmo esse, conseguir ser um exemplo e uma referência. Para além disso, claro que gostava muito de jogar na I Liga e se possível no Gil Vicente, porque foi o clube que me deu a oportunidade. Era um sonho poder estrear-me no Estádio Cidade de Barcelos”, confessou, garantindo que vê Rúben Fernandes, capitão da equipa principal do Gil, como um exemplo. “Gosto muito da maneira como ele está em campo, é um jogador respeitado. Eu já falei algumas vezes com ele e até agora foi sempre super tranquilo. Gostava bastante de ter a carreira que ele tem”, confessou o jovem júnior que nem sempre foi defesa central. “Só comecei a jogar nesta posição quando vim para o Gil. Quando estava no Barroselas jogava mais a meio-campo, joguei a trinco também, mas eu preferia ser mesmo aquele puro número oito, a fazer aqueles bons passes. Desde que vim para o Gil, eles colocaram-me a central, adaptei-me e agora até acho que me desenrasco muito bem a fazer a posição”, gracejou.
Para além do futebol, Miguel está a frequentar o curso de Desporto no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), com aulas no pólo de Guimarães. Conjugar os treinos com os estudos não tem sido fácil, mas a ajuda de um colega de equipa tem sido crucial. “O que me safa é ter um colega de equipa que é de Guimarães e dá-me boleia. Arrisco-me a dizer que, se não fosse o facto de ele me ajudar desta maneira, dificilmente conseguiria conjugar estas coisas todas”, admitiu, afirmando, que apesar de tirar boas notas, o foco está dentro das quatro linhas. “Atualmente, não tenho plano B. Estou super focado em vingar no futebol. Mas, se não der certo, ser personal trainer é uma possibilidade, tendo em conta o curso que estou a tirar”, contou. “Tenho muita confiança de que vou conseguir chegar onde quero. O mais importante é continuar a trabalhar”, concluiu, reafirmando a sua determinação deixar sua marca no futebol.