Minho a zero

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O empate sem golos entre o Vitória de Guimarães e o Sporting de Braga (0-0) reflete o equilíbrio no primeiro dos duelos minhoto da 22.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, embora com mais ocasiões dos vimaranenses.

Mais ofensiva na primeira parte, a equipa vitoriana ainda introduziu a bola na baliza bracarense, aos 37 minutos, por Nélson Oliveira, num lance anulado por falta, e respondeu ao domínio territorial arsenalista da segunda parte com um trio de oportunidades, a mais flagrante ao minuto 90+3, em que Chucho Ramírez falha o desvio à ‘boca da baliza’.

Depois de cinco triunfos seguidos para o campeonato, a equipa treinada por Carlos Carvalhal empatou no terreno do ‘rival’ e manteve o quarto lugar, com 44 pontos, agora a dois do terceiro, FC Porto, enquanto o conjunto vitoriano, há três jogos sem perder e sem sofrer golos, é sétimo, com 31.

Perante 28.133 espetadores, a melhor plateia da época no Estádio D. Afonso Henriques, os anfitriões jogaram perto da área contrária até aos 15 minutos, mas sem perigo, antes de o Braga, hoje sem Fran Navarro entre os titulares, tapar as linhas de passe aos ‘construtores’ vitorianos, Tomás Händel e Tiago Silva.

Até à meia hora, o encontro assumiu uma toada de ‘parada e resposta’, com Nuno Santos a testar a atenção de Hornicek, aos 28 minutos, e Roger a atirar para defesa de Bruno Varela a dois tempos, logo depois, antes de a equipa trajada de branco recuperar o ascendente ofensivo.

Graças à velocidade de Telmo Arcanjo na direita e às sucessivas combinações entre Nuno Santos e João Miguel Mendes na esquerda, o Vitória voltou a subir no terreno e introduziu a bola na baliza adversária aos 37 minutos, por Nélson Oliveira, mas o árbitro João Gonçalves anulou o lance por falta de Nuno Santos sobre João Moutinho.

Com Robson Bambu no eixo da defesa após o intervalo, a render Arrey-Mbi, que já vira o cartão amarelo, o Sporting de Braga mostrou-se mais paciente na circulação da bola, em busca do espaço para atirar à baliza, e o Vitória passou a esperar pelo erro adversário para acelerar rumo ao ‘último reduto’ arsenalista.

Os vimaranenses foram mais perigosos no primeiro quarto de hora da segunda metade, com Nuno Santos a rematar muito ao lado quando estava solto, em posição frontal à baliza, aos 49 minutos, e Mikel Villanueva a cabecear ao lado, aos 54, antes de as equipas reequilibrarem ‘forças’, com a bola mais longe da baliza.

Após a ‘dupla entrada’ de Diego Rodrigues e de Racic, aos 62 minutos, o Sporting de Braga começou a ganhar mais ‘batalhas’ no meio-campo e a pressionar mais perto da baliza de Bruno Varela, o que lhe valeu mais ataques até ao apito final, mas sem ocasiões flagrantes para se adiantar no ‘marcador’.

Mais contido nos instantes finais, o Vitória respondeu em contra-ataque, graças à velocidade de Vando Félix, jogador que desenhou a oportunidade mais clara do encontro no penúltimo minuto, com Samu a rematar ‘enrolado’ e Chucho Ramírez a falhar a ‘emenda’ ao segundo poste.

Luís Freire (treinador do Vitória de Guimarães): “Fico com a sensação de que deixámos escapar dois pontos. Jogámos com uma equipa com valor que vinha de cinco vitórias seguidas. Entrámos muito bem, agressivos, obrigámos o Hornicek a mandar muitas bolas para a frente. Tivemos lances de perigo com o Samu e o Nuno Santos, ainda com um golo anulado.

Na segunda parte, tivemos mais a bola e tivemos períodos largos por cima do Sporting de Braga. Tivemos oportunidades claras para fazer golo. O Sporting de Braga também teve os seus momentos, mas fomos melhores. Ainda perto do final tivemos mais uma oportunidade clara. Quem entrou no jogo acrescentou. Em termos de processo de crescimento, estou satisfeito. Em termos de resultado, estou insatisfeito.

Fomos uma equipa muito ligada à ‘corrente’, com energia muito alta dos jogadores. Estamos com alguns pontos de atraso para o nosso objetivo. Nem sempre é fácil jogar bem, mas temos tido evolução. Temos muitos objetivos pela frente. Jogo a jogo, vamos dar tudo por esta camisola. Ainda podemos fazer coisas boas neste ano.

Disseram-me que poderia ser golo, mas não vi o lance. Não vou falar. Fico frustrado pelo facto de a equipa ter criado e não ter conseguido marcar. A equipa tem de dar tudo daqui para a frente. Há pormenores técnicos e táticos que temos de corrigir. Não é fácil estarmos atrás do nível que queremos no campeonato, mas temos ainda muito para dar”.

 Carlos Carvalhal (treinador do Sporting de Braga): “Os nossos sentimentos, do grupo de trabalho do Sporting de Braga, à família do Jorge Nuno Pinto da Costa. Um abraço à família de ‘sangue’ e à família FC Porto. Fica a obra imortalizada.

Havia muita vontade de ganhar por parte das duas equipas, uma enorme atitude competitiva das duas equipas. Um jogo com estas características, por vezes, fica ‘esgalhado’. Olhei para os números, com 51% e 49% na posse de bola, o que demonstra que, em alguns momentos, o Vitória de Guimarães esteve por cima e nós também estivemos. O resultado acaba por se ajustar.

Não estamos a jogar sozinhos. A posse de bola demonstra que, a determinada altura, estivemos por cima do jogo. Se há mais um pouco do adversário, é porque que também teve momentos bons. Tivemos boas oportunidades para marcar, o Vitória também. Quem fizesse um golo teria uma enorme vantagem neste jogo. Foi um jogo muito competitivo. A nossa equipa esteve sempre nesse registo. Levámos o ponto de honra nesse aspeto, com a competitividade que demonstrámos dentro de campo. Temos vindo a melhorar e a evoluir. Fica esse ponto de honra pela atitude demonstrada”.

 

Gil Vicente e Famalicão prometem emoção no segundo duelo minhoto da jornada

O Gil Vicente recebe o Famalicão, em jogo do fecho da 22.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, o segundo de dois duelos do Minho, após o Sporting de Braga-Vitória de Guimarães (0-0).

A 22.ª jornada, marcada pelo luto pela morte, no sábado, de Pinto da Costa, presidente do FC Porto durante 42 anos, até 2024, termina hoje pelas 20:15 em Barcelos, onde o Gil, 14.º classificado com 22 pontos, recebe o Famalicão, 11.º com 25.

A equipa da casa chega a este duelo minhoto numa senda de três derrotas consecutivas para o campeonato, que os aproximou dos lugares de descida, tendo marcado apenas um golo nesses encontros.

A piorar, o treinador Bruno Pinheiro não poderá ainda contar com Yaya Sithole, Buatu e Pablo, por lesão, além do ponta de lança Jorge Aguirre, expulso no último encontro.

Do lado do ‘Fama’, o registo recente é contraditório, uma vez que somam apenas uma derrota, ante o Benfica (4-0), mas também uma única vitória, com o Boavista (2-0), nas últimas cinco rondas da I Liga.

Uma vitória famalicense ‘empurraria’ a equipa orientada por Hugo Oliveira para o nono lugar, numa partida em que não contará com o defesa Mihaj.