Ribeiro de Baixo, em Castro Laboreiro, já valeu um documentário, mas dava um filme

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Uma câmara de filmar que um tio trouxe da Arábia Saudita há 25 anos foi uma “porta aberta” para a criatividade do psiquiatra melgacense Vitor Covelo, que sempre se interessou pelas histórias que, em criança, ouvia do avô, na freguesia de Cristoval. Depois de “Tanganhom”, o realizador assina o documentário “Ribeiro de Baixo, Cabo do Mundo”, destacando algumas histórias deste lugar de Castro Laboreiro onde “misteriosas luzes noturnas anunciam a morte dos seus habitantes” e a corna afasta os lobos, eternizando um modo de vida que ameaça desaparecer em breve.
Vítor Covelo nasceu em Melgaço numa altura em que, literalmente, já só se nascia em Viana, mas não foi a tempo. Já não havia o antigo Hospital da Misericórdia, mas sobreviveu ao parto feito no Centro de Saúde, quando toda a sua geração já nascia em Viana, há cerca de 35 anos. Cresceu numa aldeia da freguesia de Cristóval, Marga, terra dos avós paternos, onde começou por cultivar o gosto pelas histórias que se contavam à noite, à lareira e em tantos outros palcos da vida.
Estudou em Melgaço até ao ensino secundário, depois foi para o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto, onde estudou Medicina. Acabou o curso, fez o ano comum, esteve um ano em Bragança, outro em Évora, e quando chegou o momento escolher a especialidade optou pelo São João (Porto). Actualmente trabalha no hospital psiquiátrico Magalhães Lemos.