Mazarefes uniu-se à Ribeira de Viana para fazer “homenagem sentida” a todos os romeiros das Boas Novas

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Foi lançado esta semana o filme promocional da Romaria das Boas Novas, intitulado “O Povo que deu Voz à Romaria”, uma produção que celebra a fé, a tradição e a união das gentes da Ribeira e de Mazarefes, em Viana do Castelo. O projeto reuniu cerca de 200 pessoas na sua produção e já é um fenómeno nas redes sociais: em menos de 24 horas ultrapassou as 73 mil visualizações, somando centenas de elogios e mais de meio milhar de partilhas. A Romaria das Boas Novas de Mazarefes acontece entre os dias 24 e 28 de Abril de 2025.
Com banda sonora da artista Cláudia Pascoal e narração do apresentador da RTP José Manuel Monteiro, o filme é uma criação do designer Osvaldo Liquito Mesquita, que durante durante quatro meses liderou as gravações, envolvendo mais de uma centena de pessoas no elenco e dezenas de voluntários, num verdadeiro esforço comunitário. A narrativa desenrola-se em duas frentes paralelas que se cruzam na emblemática Romaria das Boas Novas, celebrada no domingo de Pascoela.
O filme acompanha a dor e fé de uma mãe da Ribeira que se despede do filho que parte para o mar, unindo-se depois às outras mulheres para seguir em romeiro até Mazarefes. Nessa viagem, muito antes de existir ponte no rio Lima, segue a travessia nos extintos barqueiros que, à época, eram os táxis que uniam as duas margens. Do outro lado, a vida tranquila e rural do campo revela Maria, uma figura que simboliza a mulher comum daquela época: humilde, dedicada e repleta de amor.  Ao longo do filme, surgem pequenos detalhes carregados de simbolismo, como o momento em que a avó entrega uma medalha à Maria — objeto que a acompanha por toda a vida, sempre ao pescoço. Essa medalha torna-se símbolo da herança cultural que passa de geração em geração, representando a ligação entre passado, presente e futuro.
O clímax do filme acontece quando Maria da Ribeira e Maria de Mazarefes se encontram na Romaria, num momento carregado de simbolismo, que enaltece a força das tradições, a fé partilhada, o amor que atravessa gerações, e acima de tudo, a união entre povos.
“O filme pretende ser uma homenagem sentida a todos os romeiros que, há centenas de anos, caminham até Mazarefes no domingo de Pascoela, para agradecer e pedir Boas Novas. É um tributo ao povo, às suas histórias e às suas vozes”, afirma Osvaldo Mesquita, visivelmente emocionado com a receção que o filme tem tido. “Estamos estupefactos com a quantidade de mensagens que temos recebido. Nunca pensámos que esta obra tivesse a repercussão que está a ter.”
A produção contou com o apoio das juntas de freguesia de Mazarefes e Vila Fria, em articulação com as de Meadela, Monserrate e Santa Maria Maior, que trataram das licenças necessárias, bem como com a colaboração da PSP de Viana do Castelo, que garantiu os cortes de trânsito na zona da Ribeira durante as gravações,  com o museu de São Miguel de Perre e com o apoio da Paróquia de Mazarefes. Casas, barcos, animais, roupas, charretes, oliveiras – tudo foi emprestado por moradores e empresas locais, num gesto coletivo de amor à cultura e à memória.
“O Povo que deu Voz à Romaria”  é um testemunho da força de uma comunidade que honra o seu passado com orgulho, que vive o presente com fé e que projeta o futuro com união.