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“Quando há desgarradas, Ponte de Lima atrai mais pessoas”
Ruizinho de Penacova, Carminha, Naty da Póvoa de Lanhoso e Borguinha de Braga protagonizaram mais uma tarde animada de cantares ao desafio no coração de Ponte de Lima.
“Vim a correr de Arouca para fazer a minha segunda atuação do dia em Ponte de Lima e correu tudo bem. Quando eu vejo a gente rir-se é bom sinal”, declarou Borguinha de Braga, que cantou ao desafio com Naty. “É uma peça que eu já gramo muitas vezes porque somos companheiros de estrada”, gracejou Borguinha de Braga. “Cantamos muitas vezes ao longo do ano e foi mais uma atuação bonita. São desgarradas sempre animadas onde nunca faltamos à educação e nem ofendemos as pessoas. O que queremos é animar o povo”, resumiu Naty, de 39 anos, considerando que Ponte de Lima “é um território muito aberto às desgarradas”. “É um concelho que promove sempre eventos de cultura popular. É uma vila que não precisa de desgarradas para ter movimento de pessoas e, quando tem desgarradas, movimenta muito mais”, constatou a cantadeira ao desafio, que começou a atuar aos 16 anos. “O meu pai também canta à desgarrada e toca concertina. Eu comecei com ele e para mim isso é um orgulho. A minha filha mais velha também já está a começar a dar os primeiros passos”, partilhou Naty, admitindo que as atuações nas Feiras Novas foram sempre marcantes.
Os vários espectadores que se juntaram à beira do palco perto do chafariz do Largo de Camões não arredaram pé até ao fim das atuações dos cantares ao desafio. “Gostei muito do Ruizinho por causa das suas brincadeiras. Ele é muito direto e tem bom raciocínio”, considerou Manuel Lima, espectador de 74 anos, natural de Geraz do Lima. “Eu gosto muito das desgarradas. São cantigas mais populares e que animam. Deveria haver mais espetáculos de cantares ao desafio”, defendeu Piedade Miranda, que, num passeio por Ponte de Lima, foi agradavelmente surpreendida pelo espetáculo.