Mais de 1000 alunos de Viana deram as mãos para apelar à paz na Ucrânia

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Mais de 1000 alunos do Agrupamento de Escolas de Santa Maria Maior, em Viana do Castelo, fizeram, esta sexta-feira, um cordão humano que uniu a Escola Secundária e a Escola Básica Frei Bartolomeu dos Mártires. Na Escola do Carmo também se fez um cordão humano, mas dentro do recinto por questões de segurança. Munidos de cartazes e roupa com as cores da bandeira ucraniana, os alunos apelaram à paz e ao fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e cumpriram ainda um minuto de silêncio. Entre os alunos, Alexandre Franchyshyn, filho de ucranianos nascido em Portugal, contou que tem família na Ucrânia, numa aldeia perto de Lviv. O aluno de 15 anos da Escola Secundária de Santa Maria Maior admitiu que ele e a família têm assistido ao conflito com “muito pânico”. Por isso, ao ver a onda de solidariedade que se tem formado em Viana do Castelo para ajudar a Ucrânia, Alexandre assume que o faz ter esperança num mundo melhor. “Não esperávamos tanta ajuda… hoje em dia as pessoas olham mais para o seu umbigo do que para os outros, por isso, ver algo assim deixa-nos felizes por perceber que o mundo é solidário”, afirmou o aluno que espera formar-se em engenharia.

A guerra tem sido um dos assuntos que os alunos mais têm falado na escola e os professores têm “aproveitado esta oportunidade em que a paz está em causa para levantar a consciência ética e cívica dos alunos”, referiu o director do agrupamento que frisou ser uma prioridade promover uma “convivência harmoniosa entre os alunos” com perfis culturais diferentes. “Temos que admitir que é um esforço que tem de ser feito para que os alunos imigrantes que temos cá não são representativos dos seus dirigentes políticos. São pessoas e merecem o nosso total respeito, mesmo tendo opiniões diferentes”, realçou Benjamin Pereira.

José Pedro Viana foi o professor que impulsionou este cordão humano para dar resposta à inquietação que tem sentido em torno desta guerra. “Demos uma lição de cidadania, apelando à paz, enquanto cidadãos portugueses e do mundo. Acho que alcançamos o nosso objectivo com a enormíssima adesão que tivemos dos alunos, professores e funcionários. Foi um momento muito emotivo para todos”, assumiu o docente que tem testemunhado as preocupações dos alunos nas aulas em torno deste assunto e das questões que levanta.

A comunidade escolar deste agrupamento tem estado também empenhada na recolha de bens alimentares e de higiene, roupa e medicamentos para enviar para a Ucrânia. Os alunos têm trazido vários bens que depois são enviados para a Igreja Ortodoxa, na estrada de Santa Luzia. Posteriormente, os bens serão encaminhados para o Centro Logístico que a Câmara de Viana do Castelo vai criar no Antigo Pavilhão da AIMinho para apoiar a Ucrânia.