Viana do Castelo enviou 22 toneladas de bens para fronteira com a Ucrânia

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A solidariedade dos munícipes, associações e empresas de Viana do Castelo permitiu enviar um transporte internacional de cargas e mercadorias (camião TIR) com 22 toneladas de bens essenciais para a fronteira da Polónia com a Ucrânia, percorrendo cerca de 3.500 quilómetros. 

Com a bandeira de Viana do Castelo na frente e a bandeira de Portugal na lateral, o camião partiu para quatro dias de viagem até aos refugiados ucranianos que estão em Chelm, na Polónia. Ainda esta semana, deverá partir um segundo camião recheado com os contributos dos vianenses.

Os bens foram recolhidos por mais de 80 voluntários, entre 50 externos e 30 funcionários municipais, ao longo de uma semana, numa azáfama elogiada por todos os que participaram. Os bens foram sendo recebidos no Centro Logístico instalado no antigo pavilhão da AIMINHO e a separação e o acondicionamento foram garantidos pelos voluntários, que os embalaram e identificaram em português, inglês e ucraniano.

A vereadora da Coesão Social na Câmara Municipal de Viana do Castelo, Carlota Borges, garantiu que esta foi “uma verdadeira ação de coesão social que deixa o Município muito orgulhoso”. “Contamos com mais de 80 voluntários, entre funcionários da Câmara e sociedade civil, com mais de 30 empresas que tiveram um papel preponderante ao entregar bens e ao garantir todo o material para preparar caixas e paletes”, assegurou a representante da autarquia.

A coordenadora do Centro Logístico, Márcia Roriz, indicou que este foi “um desafio” muito exigente e muito gratificante, marcado “pela ajuda em massa dos munícipes e das empresas”. “Sem eles, nós não conseguíamos ter enviado a quantidade de material que enviamos. O trabalho dos vianenses, das empresas e das associações foi fundamental para o sucesso desta iniciativa. Não tenho palavras para descrever a importância de participar nesta missão”, frisou a responsável.

O vestuário foi o bem mais doado, bem como produtos alimentares enlatados e produtos de higiene e cuidado pessoal. “Recebemos muitos alimentos enlatados, muitas fraldas e até do que achávamos mais difícil, que era a medicação, acabamos por conseguir uma quantidade significativa”, revelou.

Já o presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC), Manuel Cunha Júnior, referiu que esta recolha foi “a vitória da solidariedade e da resistência da empresas portuguesas, principalmente neste território” que, “após passarem pela pandemia, passam agora pelo abalo da economia global por conta de uma guerra e, mesmo assim, conseguiram ajudar a encher a um camião, dentro do princípio da solidariedade e fraternidade”.

Patrício Barreiro, responsável de frota da Transneiva, empresa vianense que garantiu o camião para a viagem até à Polónia, agradeceu ao município o convite para participar nesta viagem solidária. “Ficamos prontamente disponíveis para participar e cá estamos. Contamos também com o apoio do nosso parceiro Padaria das Neves e estamos prontos para colaborar nesta ajuda humanitária”, declarou o responsável, explicando que cederam “o transporte completo” até à fronteira ucraniana.