Empresa criada por antigos alunos quer reforçar parcerias com Politécnico de Viana
Miguel Oliveira, Nelson Alves e Ricardo Correia são ex-alunos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e estão a recrutar para as áreas da Tecnologia. Os sócios fundadores da Untile, com sede em Viana do Castelo, querem “reforçar parcerias e estreitar os laços” com o Politécnico de Viana do Castelo. “Sentimos uma enorme gratidão pela instituição que sempre nos ajudou e, por isso, privilegiamos a inclusão de ex-alunos do IPVC”, justifica Miguel Oliveira, garantindo que mantêm “boas relações” com os atuais docentes, sendo que muitos deles foram professores e mentores dos fundadores da Untile. A empresa, que deu os primeiros passos em 2009, está a apostar na internacionalização e na certificação de serviços, sempre a pensar no bem-estar dos colaboradores.
Tudo começou em 2008, quando os ex-alunos participaram no Poliempreende e o projeto apresentado foi o vencedor a nível regional. “Foi este projeto que nos uniu”, lembra Miguel Oliveira, referindo que se tratou de uma ideia na área da usabilidade. “Era algo inovador que não existia na altura, mas os nossos caminhos foram-se afastando desse projeto já que era demasiado complexo de execução. Ainda hoje, tentamos implementar no nosso dia a dia nas aplicações e websites que desenvolvemos, mas nunca foi criado o projeto como ele estava inicialmente pensado”, confessa o sócio fundador. Formados nas licenciaturas em Engenharia da Computação Gráfica e Multimédia e em Design de Produto pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG)-IPVC), os ex-alunos deram os primeiros passos para a criação da empresa em 2009. “Este projeto serviu como mote para a nossa aproximação e foi uma forma de nos juntar para construir uma empresa, que inicialmente se chamava Negro Esquisso”, recorda Miguel Oliveira, explicando que esse nome foi escolhido na Empresa na Hora. Posteriormente e até início de 2021, a empresa teve ainda o nome de NQDA e no início de 2021 os sócios fundadores avançaram com o novo nome: Untile. “Este novo nome veio consolidar todo o trabalho feito nos últimos anos de reposicionamento de mercado”, assegura Miguel Oliveira.
A Untile trabalha no desenvolvimento de produtos digitais e em software disponível na browser e dispositivos móveis, ajudando as empresas a resolver os seus problemas, seja do ponto de vista de vendas com soluções e-commerce, bem como na conversão de utilizadores em clientes. Mas o “maior foco” da Untile é resolver problemas internos de gestão. “Intervimos e encontramos uma solução para resolver o problema. Estamos a falar de software personalizado e feito à medida para cada cliente”, esclarece.
Atualmente com cerca de 30 colaboradores, a Untile está a contratar e tem diversas oportunidades. “Tentamos sempre equilibrar a balança entre a experiência e aqueles que estão a começar”, assume. Ao longo destes anos, “com mais ou menos maturidade criamos algumas dezenas de estágios apoiando também na formação de vários alunos. Fizemos imensas contratações após conclusão do curso. Arrisco-me a dizer que mais de metade das pessoas que já passaram por esta organização são ex-alunos do Politécnico de Viana do Castelo”, evidencia o empresário. Além disso, os ex-alunos já proporcionaram quatro a cinco dezenas de estágios curriculares ao longo dos últimos anos, essencialmente nas áreas da Tecnologia, dos cursos de licenciatura em Engenharia da Computação Gráfica e Multimédia, em Engenharia Informática e do CTesP em Desenvolvimento Web e Multimédia”, informa Miguel Oliveira.
Aposta na internacionalização e certificação dos serviços
Quando começaram a dar os primeiros passos em 2009, os fundadores da empresa trabalhavam para a região “pela proximidade e pelos contatos”, mas rapidamente começaram a trabalhar para todo o mundo, nomeadamente Reino Unido, EUA e Dubai. “Estamos a reforçar o caminho da internacionalização, aumentando a percentagem de exportação do nosso trabalho”, avança Miguel Oliveira, admitindo que é uma área que “permite trabalhar globalmente e isso facilita todo o processo”.
Outra aposta da Untile é a certificação, sendo que recentemente conseguiu as certificações internacionais da ISO 9001 e da ISSO 27001 e a Norma Portuguesa (NP) 4552. “Queremos a qualidade dos serviços e a satisfação dos clientes, mas também pretendemos colmatar a preocupação com a segurança da informação que é partilhada pelos clientes”, constata Miguel Oliveira, evidenciando, entretanto, que a norma portuguesa é a “mais importante” neste momento para a empresa. “A conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar dos colaboradores é extremamente importante para nós”, assume o sócio fundador, confirmando que a empresa tem já “um histórico bastante conhecido e agora oficializado na preocupação constante com colaboradores”. Miguel Oliveira adianta que a empresa oferece todo o tipo de benefícios aos colaboradores, nomeadamente dias de férias adicionais, plafond para realizar atividades extratrabalho, com destaque para as áreas do lazer e do desporto, benefícios ainda nas vertentes da saúde e da educação. Além do seguro de saúde, os colaboradores da Untile têm ainda acesso a um programa de saúde mental. “Queremos apoiar os nossos colaboradores ao nível da saúde física, mas também lançamos agora um programa de saúde mental, já que a maior parte dos seguros de saúde não abrange esta área do bem-estar mental e psicológico. Esta é uma área cada vez mais importante, porque a pessoa é um todo e apostamos muito nesta questão das pessoas e é mais um complemento que é fundamental para o bom desempenho dos nossos colaboradores”, justifica.
A flexibilidade de horário e de local de trabalho também são mais-valias para os colaboradores. “Como temos a facilidade de trabalhar remotamente, qualquer pessoa da empresa pode escolher onde quer trabalhar e tem inclusive facilidade de horário. Temos colaboradores que nunca mais voltaram ao escritório desde março de 2020, temos outros que vêm um dia por semana ao escritório e outros que vêm todos os dias, cada colaborador escolhe onde quer trabalhar. Damos as condições para que isso aconteça”, garante Miguel Oliveira, evidenciando ainda a flexibilidade de horário. “Para nós não é tão importante o horário que as pessoas fazem, mas que os objetivos definidos sejam cumpridos. As pessoas podem perfeitamente ir ao ginásio a meio do dia e tratar dos filhos desde que consigam gerir os compromissos que têm com a empresa”, esclarece o empresário, lembrando que um colaborador já optou por viajar e trabalhou remotamente durante um mês. “Foi um esforço de organização para a empresa chegar até aqui, dando condições para que isso acontecesse”, admite.
De destacar que até 2020, a Untile promoveu nas instalações da empresa o Viana Tec Meetups. “Uma vez por mês trazíamos alguém da área, muito próximo da tecnologia, para falar. Abríamos a porta do escritório no final do dia para trazer à cidade essa oportunidade e sempre tivemos muito público do IPVC”, recorda o empresário, evidenciando a importância desta experiência para a relação “mais próxima” com o mercado de trabalho e para a promoção de diálogo entre empresas. “Estamos muito próximos das empresas da área e fazemos sinergias para levar a cabo vários projetos”, sublinha Miguel Oliveira, querendo assim “devolver à cidade e à comunidade” tudo o que receberam.
A Untile tem ainda um consórcio com as empresas Blisq e Atlanse, promovendo o Viana Market. Este projeto vai agora ser expandindo para outros municípios, nomeadamente para Caminha.