Politécnico de Viana ajuda quem teve ou tem cancro de mama

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A Escola Superior de Desporto e Lazer (ESDL) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) já avançou com o programa HER, um programa que engloba exercício físico direcionado especificamente para mulheres com cancro da mama. As sessões decorreram on-line durante os meses de fevereiro e março. No início de abril, as aulas passaram a regime presencial nas Oficinas Culturais do IPVC – SAS, em Viana do Castelo.  Os participantes da primeira turma já estão a ter resultados e garantem que notam diferenças na qualidade de vida.
 
Marina Oliveira é de Viana do Castelo e há sete anos foi operada a um cancro da mama. Fazia natação, mas depois da pandemia ficou “completamente parada” até que a médica lhe sugeriu o programa HER, que está a ser desenvolvido pela ESDL-IPVC. “Estava há muito parada e também não me apetecia fazer nada”, confessa Marina Oliveira, que desde a primeira aula desafiou-se a não voltar a parar. “Não posso voltar a parar, caso contrário, volta tudo atrás”, refere. Com pouco mais de dois meses de exercício físico direcionado, Marina Oliveira garante que já sente “muitos benefícios”, aplaudindo a iniciativa. “Este programa é uma mais-valia para todos nós”, assegura.
O projeto inserido na comunidade está aberto a toda a população que teve ou tem a doença oncológica. “Interessa-nos quem já tenha passado pela doença, sobretudo para que as pessoas se sintam acompanhadas. Existe uma grande lacuna entre os tratamentos e o pós-tratamentos. As pessoas sentem-se sozinhas, porque já não têm as avaliações que acontecem durante os tratamentos. Com este programa passam a ter exercício físico e avaliações contínuas”, justifica a coordenadora do programa e docente da ESDL-IPVC, Sílvia Rodrigues.
A primeira turma está praticamente fechada, mas Sílvia Rodrigues deixa o apelo para as pessoas vítimas do cancro da mama do distrito de Viana do Castelo se inscreverem no projeto. “Queremos agora chegar a mais pessoas e este projeto está a fazer a diferença na vida destas pessoas, que já sentem melhorias”, desafia.
Com a realização de aulas, de 30 a 45 minutos, três vezes por semana, a coordenadora do projeto evidencia a realização de exercícios específicos e a componente geral para aumentar a capacidade aeróbica e a resistência muscular. Destaque ainda para “a forte componente de mobilidade com articulação para os membros superiores e cintura escapular devido à cirurgia e radioterapia, uma parte específica que é muito importante”. Sílvia Rodrigues assume ainda que este projeto “é uma mais-valia para a qualidade de vida de cada uma das mulheres que passam pela doença” admitindo que os exercícios ajudam a recuperar o simples subir escadas ou o pegar em algum objeto do armário.
A população em causa será convidada a fazer uma avaliação inicial. “Esta avaliação inclui a história clínica, a composição corporal, função física e outros parâmetros de saúde para que o exercício físico seja individualizado”, sublinha a docente.